Sexta, 12 de Setembro de 2025

Antes da conclusão do relatório da CPMI do 8/1, terá novos depoimentos e acareação entre Bolsonaro e Mauro Cid

O presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil/BA), tem a estratégia de acordar quais requerimentos vão a votação com as lideranças do colegiado antes de cada sessão

18/09/2023 às 10h05
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do 8 de janeiro, que investiga os atos extremistas contra as sedes dos Três Poderes, tem o prazo final para o encerramento dos trabalhos no dia 20 de novembro.

A senadora Eliziane Gama (PSD/MA), relatora da comissão, se prepara para apresentar o relatório em 17 de outubro. Até a data, estão previstos novos depoimentos, quatro requerimentos já estão aprovados, mas a expectativa da relatora é conseguir deliberar pelo menos outros cinco requerimentos de pessoas que estão na “rota dos financiadores”.

Uma acareação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, também é aguardado antes do fechamento dos trabalhos.

De acordo com Eliziane, a construção desse cronograma, em cima das novas oitivas e uma possível acareação, é crucial para finalizar o relatório. “Tem vários requerimentos aprovados, alguns que apontam, por exemplo, para empresários ligados ao garimpo ilegal, e também referente a milícia digital. Nós temos outra indicação referente a militares, enfim, são pessoas no âmbito, de fato, voltado para a autoria intelectual, mas tanto da parte dos financiadores quanto da parte da milícia digital estarão contemplados nessas nossas indicações [próximas oitivas]”, afirmou a relatora.

Nesta terça-feira (19), o ex-coordenador administrativo da Ajudância de Ordens, Osmar Crivelatti, na gestão do ex-presidente, vai prestar depoimento. Ele foi alvo de uma operação da PF (Polícia Federal) em agosto.

Crivelatti prestou depoimento à PF sobre o esquema de venda ilegal de joias recebidas em viagens oficiais e se pôs à disposição para novos depoimentos. A defesa. A defesa do ex-presidente pediu acesso à oitiva de Crivelatti.

Ainda segundo a relatora, outra construção importante para fechar o relatório seria a acareação do ex-presidente com Mauro Cid. O requerimento de acareação foi feito na quinta-feira (14).

“Nós temos hoje uma delação premiada, essa delação premiada claramente trará fatos novos a essa comissão e acredito que essa contraposição entre ele [Mauro Cid] e o que o ex-presidente Bolsonaro será vital. Na delação premiada ele apontou para três áreas, parte das vacinas, parte das joias e para a parte do golpe, que é o ponto central de investigação dessa CPMI. Então, eu acredito que se a gente conseguir aprovar esse requerimento de acareação será um ganho muito importante, será um avanço muito importante para o fechamento dos trabalhos dessa comissão”, avalia Eliziane.

Já o presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil/BA), tem a estratégia de acordar quais requerimentos vão a votação com as lideranças do colegiado antes de cada sessão. A ideia, segundo ele, é equilibrar a quantidade de pedidos aprovados entre os apresentados pela oposição e pelo governo.

Maia lembrou ainda que, no começo dos trabalhos da CPMI, houve votação de requerimentos diretamente no colegiado, e o governo acabou rejeitando todos aqueles apresentados pela oposição.

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