O ministro Flávio Dino afirmou que vai enviar à PF (Polícia Federal) o relatório elaborado pela CNJ (Corregedoria Nacional de Justiça) sobre a Lava Jato de Curitiba para que a corporação apure “possíveis crimes” cometidos pela força-tarefa em relação à destinação de recursos oriundos de depósitos judiciais.
Em suas redes sociais Dino escreveu: “Enviarei o relatório da Corregedoria Nacional para análise da Polícia Federal, no tocante a possíveis crimes perpetrados acerca da destinação dos recursos financeiros manuseados pela Lava Jato”.
O ministro da Justiça e Segurança Pública detalhou nesta tarde de segunda-feira (18) as medidas, em entrevista coletiva. Dino explicou que recebeu um ofício do corregedor nacional de Justiça, ministro Luís Felipe Salomão, encaminhando relatório da investigação sobre a movimentação financeira da Lava Jato no âmbito da 13ª Vara Federal do Paraná, que era comandada pelo atual senador Sergio Moro (União Brasil/PR).
Conforme Dino, no ofício Salomão relata que haveria “uma atuação comissiva ou omissiva do juiz da 13ª Vara envolvendo a própria força-tarefa do MPF (Ministério Público Federal) e advogados da Petrobras”.
Durante o período analisado por Salomão, segundo o ministro, houve a destinação oriundas desses acordos de mais de R$ 2 bilhões à própria Petrobras e, posteriormente, houve um outro acordo com a participação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos e da Suíça que levou com que houvesse o reconhecimento de danos pela Petrobras.
“Ou seja, a Petrobras deixaria de ser vítima para ser autora de danos em razão desse acordo”, disse Dino. Parte dos recursos desse segundo acordo iria para uma fundação privada e outra parte iria para um grupo de acionistas minoritários da Petrobras, o que foge da previsão legal.
Ainda em 2019, o ministro Alexandre de Moraes suspendeu o acordo entre a força-tarefa da Lava Jato e a Petrobras que criava um fundo bilionário anticorrupção.
*Com informações site Metrópoles