No último domingo, participei da manifestação na Avenida Paulista, imerso na atmosfera carregada de emoção que reverberava gritos de "Volta, Bolsonaro". O ato, intitulado "Em defesa do Estado Democrático de Direito, dos Direitos Humanos e em Memória do Patriota Clezão", refletia a indignação generalizada diante da morte de um inocente e da atual situação política brasileira.
Clezão, ou Cleriston da Cunha, faleceu no dia 20 de novembro na Penitenciária da Papuda, em Brasília, vítima de um mal súbito durante o banho de sol. Aos 46 anos, ele enfrentava condições médicas sérias, incluindo diabetes e hipertensão, enquanto aguardava uma soltura recomendada pela Procuradoria-Geral da República desde setembro. Ou seja, Clezão deveria estar solto e com sua família.
Os laudos médicos revelaram seis atendimentos entre janeiro e maio, encaminhamentos hospitalares, e havia um parecer favorável à sua liberdade. No entanto, Clezão permaneceu detido, aguardando uma análise que nunca ocorreu por parte do ministro Alexandre de Moraes. Uma injustiça que resultou na perda de uma vida inocente.
Aliás, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária emitiu uma nota ressaltando os cuidados médicos desde a entrada de Clezão na unidade em janeiro de 2023. Entretanto, em novembro, mesmo diante das tentativas de reanimação após um mal súbito, não foram suficientes para salvá-lo. Tudo isso provoca, além da perda de um inocente, reflexões sobre as condições dos patriotas detentos, não apenas Clezão, desde 8 de janeiro.
Com isso, a morte de Clezão tornou-se um marco, uma lembrança trágica que mobilizou a população. Eu sabia que essa injustiça no Brasil se transformaria em combustível para uma reação vigorosa dos brasileiros. Prisões ilegais, sentenças desproporcionais e a comoção pela morte de Clezão desencadearam uma onda de coragem e revolta que se manifestou nas ruas.
A memória de Clezão tornou-se um símbolo dessa indignação, ecoando na manifestação que presenciei. Uma multidão se reuniu democraticamente e pacífica, clamando por justiça e expressando profunda insatisfação com o atual momento político e jurídico do Brasil. Este é um episódio triste, mas também um chamado para questionarmos não apenas a morte de Clezão, mas as falhas sistêmicas que permitiram essa tragédia. A justiça deve prevalecer não apenas nos tribunais, mas na garantia dos direitos e na preservação da vida, independentemente das circunstâncias.
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