A Câmara dos Deputados alcançou o número de assinaturas necessárias para a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Crime Organizado, que será instaurada depois da revelação de Luciane Barbosa Farias, a “Dama do Tráfico” do Amazonas, com autoridades do governo Lula.
Quem coleta as assinaturas é o deputado Alfredo Gaspar (União Brasil/AL). O número chega a 177, seis a mais do que o necessário. O parlamentar conseguiu apoio junto aos setores de direita da Câmara. Nenhum deputado de partidos de esquerda assinou o documento.
Gaspar citou como justificativa para a instalação da CPI a existência de “um intrincado esquema de conexões com outros grupos criminosos e uma rede subterrânea de ligações com os quadros oficiais da vida social, econômica e política da comunidade”.
“Das organizações criminosas, originam-se atos de extrema violência, que expõem um poder de corrupção de difícil visibilidade pelo uso de disfarces e simulações”, afirmou.
De acordo com o Estadão, a presidente de uma ONG ligada ao Comando Vermelho e condenada na Justiça conseguiu acessar o prédio do Ministério da Justiça, em Brasília, e ter reuniões com dois secretários. Luciene, esposa do criminoso Tio Patinhas, um dos chefes da facção no Amazonas, ainda teve reuniões no Ministério dos Direitos Humanos, no CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e transitou livremente pelos corredores do Congresso.
O pedido de instalação do colegiado faz menções ao plano do Primeiro Comando da Capital (PCC) para sequestrar e assassinar o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR).