A ausência de mulheres e pessoas negras no anúncio do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre os primeiros integrantes do governo, na sexta-feira (9), não foi bem vista por dirigentes do PT.
Após a divulgação, dirigentes da legenda avaliaram mal a escolha de Lula por não ter levado em consideração a diversidade de raça e gênero na primeira foto da nova gestão.
Participantes do encontro, relataram que Lula foi bastante alertado sobre a necessidade de incluir mulheres e pessoas negras no primeiro anúncio. O argumento levou em consideração a necessidade de garantir, já de início, a construção de uma Esplanada mais diversa em gênero e raça, como foi prometido em campanha, em entrevista a CNN.
Gleisi Hoffmann, que segundo o próprio Lula, não será ministra, foi a única mulher no palco durante o anúncio. E Flávio Dino, autodeclarado pardo, o único não branco. Durante a fala, Lula chegou a insinuar que Dino representava o respeito à diversidade dentro primeiro grupo confirmado. A frase incomodou lideranças petistas ligadas ao movimento negro.
Ainda pela manhã, horas antes do anúncio oficial, integrantes da transição e dirigentes petistas estavam certos de que o anúncio poderia incluir mulheres, como Marina Silva, cotada para o comando do Meio Ambiente a partir de 2023.
A ex-ministra tem participado de forma efetiva dos trabalhos da transição e é vista diariamente no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Na bolsa de apostas estava ainda a presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade, nome forte para o Ministério da Saúde.
De forma reservada, aliados afirmaram que a decisão final sobre os anunciados foi tomada pelo próprio Lula. E garantiram que a composição mais diversa, prometida pelo PT, será contemplada no próximo anúncio. A expectativa é que o desenho final da estrutura do novo governo seja anunciado na próxima semana.