Quinta, 11 de Setembro de 2025

Para compensar desoneração Governo avalia taxar compras de até US$ 50

A argumentação do Ministério da Fazenda é que a desoneração tem um custo estimado de R$ 16 bilhões neste ano

12/01/2024 às 09h55
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O Ministério da Fazenda criou um grupo de técnicos para avaliar alternativas de arrecadação que possam compensar a eventual manutenção da política de desoneração da folha de pagamentos.

Mas Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, dará a palavra final depois de conversar com o ministro Fernando Haddad na próxima semana.

As equipes estudam sugestões de parlamentares e membros do governo na busca de fontes de recursos que permitam financiar o fim do programa.

Uma das opções é a taxação de compras online de sites no exterior com valor menor de US$ 50 (cerca de R$ 244 na cotação atual).

Pacheco considerou a possibilidade, assim como o remanejamento de parte dos recursos destinados ao fundo eleitoral, de R$ 4,9 bilhões.

Na quarta-feira (10), o presidente do Senado se reuniu com o secretário-geral da Fazenda, Dario Durigan, depois de ter mantido conversas com líderes da Casa sobre a medida provisória (MP) da reoneração.

O entendimento é que não será possível rejeitar a medida provisória, baixada pelo governo e que revogou a desoneração da folha de pagamentos, sem encontrar uma saída para compensar os custos com o programa.

O risco é colocar em xeque o ajuste nas contas do governo, que teve efeitos positivos em 2023, com a queda da inflação e o corte da taxa básica de juros.

A argumentação do Ministério da Fazenda é que a desoneração tem um custo estimado de R$ 16 bilhões neste ano e que este valor não consta do Orçamento.

A MP foi editada com a alteração da atual política de desoneração da folha e a fixação de um limite para compensações tributárias de empresas com o Fisco.

Caso a medida provisória caia, não está descartada a revisão da meta de déficit fiscal zero neste ano.

Na avaliação da equipe econômica, é pouco provável que o Congresso mantenha a proposta do governo de restringir a desoneração apenas para o primeiro salário mínimo pago aos trabalhadores.

A tendência é que os parlamentares alterem o texto e retomem a ideia original de prorrogar a desoneração da folha. Também há pressão para que a MP seja substituída por um projeto de lei.

No ano passado, o Congresso aprovou a extensão até 2027 da desoneração par 17 setores econômicos.

Nessa política, em vez de recolhimento de 20% sobre a folha de pagamento, as empresas pagam de 1% a 4,5% de sua receita bruta. O impacto fiscal era estimado em cerca de R$ 20 bilhões. Além dos 17 setores, prefeituras de municípios com menos de 142 mil habitantes foram contempladas.

Caso a desoneração voltar no formato  aprovado no Congresso e promulgado no fim de dezembro, o desafio será encontrar compensação orçamentária para pagar esse custo.

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*Com informações Revista Oeste

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