Nesta terça-feira (19), a equipe de defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que ele "nunca" ordenou ou teve conhecimento de que qualquer um de seus assessores estivesse envolvido na criação de certificados de vacinação com informações ideologicamente falsas. Essa declaração surge após a Polícia Federal ter indiciado Bolsonaro e outras 16 pessoas por fraude em cartões de vacinação contra a Covid-19.
De acordo com a equipe de defesa, o ex-presidente não necessitava apresentar qualquer documento de vacinação, devido à sua posição diplomática, para realizar viagens internacionais.
"As razões, bastante perfunctórias, indicadas delegado de Polícia Federal, ignoram que não haveria qualquer motivo razoável ou efetividade na falsificação de certificados vacinais em relação ao ex-presidente e a sua filha, menor de 18 anos", diz a defesa.
A defesa ressalta que a decisão da autoridade policial no caso parece ter sido precipitada, especialmente no que diz respeito ao ex-presidente, pois não há suspeita fundamentada e objetiva de sua participação ou autoria nos crimes em investigação.
"Se qualquer pessoa tomou providências relacionadas às carteiras de vacinação do ex-Presidente e de sua filha, o fez por iniciativa própria, à revelia de ambos, sendo claro que nunca determinaram ou mesmo solicitaram que qualquer conduta, mormente ilícita, fosse adotada em seus nomes", afirma.
De acordo com a Polícia Federal, as inserções falsas ocorreram entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, resultando na distorção da verdade em relação a um fato legalmente relevante - a condição de imunização contra a Covid-19.
Isso permitiu que os investigados emitissem certificados de vacinação fraudulentos e os utilizassem para contornar as restrições sanitárias em vigor impostas pelos governos brasileiro e dos Estados Unidos, que visavam conter a propagação da doença.
A investigação revelou que o objetivo do grupo era "manter coeso o elemento identitário em relação à sua pauta ideológica", ou seja, sustentar o discurso contra a vacinação contra a Covid-19.
A investigação da Polícia Federal concluiu que o ex-presidente "agiu conscientemente e com intenção" ao solicitar a falsificação de seu documento para incluir o registro de vacinação contra a Covid-19. No entanto, o ex-presidente negou à PF ter feito tal solicitação.
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*com informações R7