Nesta terça-feira (26), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que há uma escassez de terras demarcadas para os povos indígenas no Brasil, ao mesmo tempo em que criticou os representantes do agronegócio brasileiro, a quem chamou de "conservadores e latifundiários". Ele fez essas declarações durante um pronunciamento em Belém, no Pará, durante um evento de condecoração do líder indígena Raoni Metuktire.
“O fato de eles [indígenas] terem 14% legalizado é pouco diante do que eles precisam ter para viver, manter sua cultura e o seu jeito de viver”, disse.
Ao lado do presidente da França, Emmanuel Macron, Lula também pressionou os países mais industrializados, que já desmataram, a fornecerem ajuda financeira para auxiliar outros países na preservação das florestas tropicais.
“Queremos convencer o mundo de que o mundo que já desmatou tem que contribuir de forma importante para que países que ainda têm florestas mantenham a floresta de pé. Esse é um compromisso nosso”, afirmou.
Lula reafirmou o compromisso assumido pelo Estado brasileiro de alcançar a meta de zerar o desmatamento na Amazônia até 2030, declarando que fará da "luta contra o desmatamento uma profissão de fé".
Macron, por sua vez, revelou que ambos os países investirão US$ 1 bilhão (equivalente a R$ 4,98 bilhões) cada em iniciativas para promover a biodiversidade, apoiar o desenvolvimento econômico das comunidades indígenas e promover atividades que favoreçam a conservação florestal. Macron denominou esse compromisso em prol da bioeconomia de "Apelo de Belém".
Ele explicou que o projeto conjunto com o Brasil visa a aproximar os territórios dos dois lados do rio Oiapoque, fazendo referência à Guiana Francesa, que ele visitou na segunda-feira (25), e a "combater a mineração ilegal e os interesses financeiros de curto prazo que ameaçam a floresta".
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*Com informações Agência Estado