Quarta, 10 de Setembro de 2025

Pacheco busca aliança com a esquerda radical e apoia prefeitos de Minas visando à eleição para governador

PSD considera natural que o PT tenha espaço na chapa majoritária, possivelmente liderada por Pacheco

15/04/2024 às 09h25
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD/MG), está profundamente engajado nas negociações relacionadas ao PT (Partido dos Trabalhadores) nas eleições municipais em Minas Gerais. Ele trabalhou para que seu partido abrisse mão de candidaturas em cidades do interior do estado, visando fortalecer as campanhas petistas. Como aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Pacheco busca se posicionar como um possível candidato ao governo de Minas, e essa possibilidade pode ser facilitada se o PT decidir apoiar sua candidatura.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, presidente licenciado do PSD de Minas, tem desempenhado um papel crucial nessas alianças com os petistas. Além do apoio nas disputas pelas prefeituras, o PSD considera natural que o PT tenha espaço na chapa majoritária, possivelmente liderada por Pacheco. A intenção é que o partido de Lula indique o nome ao Senado ou à vice-governadoria.

Silveira também é mencionado como possível candidato a um desses cargos, mas, conforme seus aliados, ainda não decidiu sua participação na eleição de 2026. Ele está avaliando a possibilidade de permanecer em seu cargo atual ou assumir um papel na campanha de reeleição de Lula.

O deputado Luiz Fernando Faria (PSD/MG), coordenador da bancada mineira no Congresso, afirmou que o projeto do PSD em Minas para 2026 é alinhar-se com a esquerda. A proposta é que o PSD apoie as prefeitas Marília Campos (PT), de Contagem, e Margarida Salomão (PT), de Juiz de Fora, ambas pré-candidatas à reeleição. Além disso, estão na lista os deputados federais e candidatos petistas a prefeito Paulo Guedes (Montes Claros), Dandara (Uberlândia), Leonardo Monteiro (Governador Valadares) e Tarcilei de Brito (Teófilo Otoni).

Apesar do desempenho insatisfatório nas eleições de 2020, onde não conseguiram eleger nenhum prefeito de capital, o PT emergiu como o terceiro maior partido em Minas Gerais em termos de população governada. Essa posição ficou atrás apenas do PSD e do DEM, que posteriormente se fundiu com o PSL para formar o União Brasil.

As negociações vão além do PSD e, em alguns casos, incluem o apoio de outros partidos. Sob a influência de Pacheco e Silveira, o União Brasil está considerando apoiar as prefeitas de Contagem e Juiz de Fora. Em Belo Horizonte, a sigla deve se alinhar ao prefeito Fuad Noman (PSD), que busca um novo mandato com uma aliança que também pode incluir o PT.

Em Juiz de Fora, a atuação de Pacheco prejudicou os planos do ex-deputado Júlio Delgado (MDB), que era seu assessor. Delgado, anteriormente filiado ao PV, buscava filiação ao União Brasil para concorrer à prefeitura da cidade, mas devido à proximidade da sigla com a prefeita, optou por ingressar no MDB.

Em algumas cidades, como Uberlândia e Governador Valadares, o diálogo visa persuadir membros locais do PSD a desistirem de suas candidaturas. No entanto, o comando estadual do partido está empenhado em apoiar o PT nessas situações. O vice-prefeito de Uberlândia, Paulo Sérgio, é do PSD e tenta candidatar-se, mas Silveira já afirmou em conversas com interlocutores que o partido apoiará a deputada petista Dandara.

Essas alianças também são relevantes na disputa entre o deputado federal Rogério Correia (PT) e o prefeito Fuad Noman na eleição em Belo Horizonte.

Os membros do PSD continuam empenhados em persuadir Correia a desistir de sua candidatura. No entanto, caso não haja acordo, a compreensão é de que isso não prejudicará a relação entre as duas legendas, e uma possível união ocorrerá no segundo turno contra um candidato bolsonarista.

As prefeitas petistas de Contagem e Juiz de Fora recentemente estiveram no Senado, participando de reuniões com Pacheco. O prefeito de Teófilo Otoni, Daniel Sucupira (PT), presidente da frente mineira de prefeitos, busca eleger seu sucessor e mantém diálogo frequente com o presidente do Senado.

“A articulação para nossa candidatura majoritária envolve, sem dúvida, o diálogo com o presidente Rodrigo Pacheco”, afirmou a prefeita Margarida Salomão.

No entanto, ela enfatiza que o apoio a uma possível candidatura de Pacheco ao governo é "uma discussão que deve acontecer no momento apropriado".

Aliados do senador também veem como natural a aliança entre PT e PSD, destacando que ela já existe desde 2022. Apesar de não descartar sua própria candidatura, Pacheco está atento para não dar a impressão de que está usando o cargo de presidente do Senado apenas como um trampolim para as eleições de 2026.

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*Com informações Terra Brasil 

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