O conflito entre o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), e o ministro Alexandre Padilha, encarregado da articulação política do governo Lula, pode trazer complicações para o Palácio do Planalto no Congresso.
Nesta terça-feira (16), Lira indicou aos deputados da oposição a possibilidade de colocar diretamente em votação no plenário da Câmara um projeto de lei contra o MST (Movimento dos Sem Terra) e abrir várias CPIs.
A iniciativa que visa o MST foi proposta pelo deputado federal bolsonarista Zucco (PL/RS). O projeto estabelece limitações ao acesso a programas sociais do governo para aqueles que participam de ocupações de propriedades urbanas e rurais.
Lira mencionou a possibilidade de agendar um requerimento de urgência para a votação do projeto diretamente no plenário, caso a oposição consiga a maioria, algo que não deve ser difícil com o apoio de frentes parlamentares, como a da Agropecuária.
Durante a reunião de líderes na residência oficial, Lira também declarou que está considerando a abertura de cinco CPIs, mas ressaltou que ainda está avaliando quais seriam. Esse é o limite máximo de comissões de inquérito que podem operar simultaneamente na Câmara.
De acordo com parlamentares da oposição, essas medidas seriam uma espécie de "retaliação" política de Lira em resposta ao conflito com Padilha, sem comprometer a agenda econômica do governo, uma das prioridades do presidente da Câmara.
Conforme detalhado anteriormente, Lira se mostrou incomodado com a articulação do governo na votação relacionada à prisão de Chiquinho Brazão. Além disso, ele também não aprovou a exoneração de Wilson César Lira, seu primo, do cargo de superintendente do Incra de Alagoas.
*Com informações Metrópoles
