Domingo, 14 de Setembro de 2025

Bolsonaro dá poder as Forças Armadas de fixar "interpretação da Constituição"

Defesa é comandado pelo general Paulo Sérgio Nogueira

22/12/2022 às 11h35 Atualizada em 23/12/2022 às 10h06
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Portaria Normativa AGU nº 74 aprova Consultoria Jurídica junto as Forças Armadas
Portaria Normativa AGU nº 74 aprova Consultoria Jurídica junto as Forças Armadas

A Presidência da República por meio da Advocacia-Geral da União, publicou a Portaria Normativa AGU nº 74 que aprova Consultoria Jurídica junto ao Ministério da Defesa e Comandos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, em Diário Oficial.

O Ministério da Defesa é comandado pelo general Paulo Sérgio Nogueira; a Marinha pelo o almirante de Esquadra, Almir Garnier Santos; e Aeronautica, é o tenente-brigadeiro Baptista Júnior. Agora passam a ter oficialmente a atribuição de “fixar a interpretação da Constituição”. 

O artigo 1º do regimento interno, estabelece que o órgão deve “fixar a interpretação da Constituição, das leis, dos tratados e dos demais atos normativos, a ser uniformemente seguida na área de atuação do Ministério quando não houver orientação normativa do Advogado-Geral da União”.

A consultoria jurídica é composta por integrantes da Advocacia-Geral da União e subordinada administrativamente ao ministro da Defesa. Esse tipo de assessoria jurídica já existe, com a mesma finalidade, em outras pastas, como no Ministério da Cidadania e na Educação.

O que chama atenção é a aprovação do regimento interno junto ao Ministério da Defesa, onde o corpo jurídico passa a exercer oficialmente a função de interpretar a Constituição no momento em que Bolsonaro estuda acionar as Forças Armadas para tentar anular o resultado das eleições.

Aliados do presidente veem a publicação no Diário Oficial como tentativa de respaldo legal caso invoque o artigo 142. A portaria normativa é assinada por Bruno Bianco, chefe da Advogacia-Geral da União, órgão subordinado à Presidência da República.

Nos últimos dias, Bolsonaro voltou a cogitar recorrer às Forças Armadas para uma ruptura institucional. A medida retornou ao radar após Valdemar da Costa Neto, presidente do PL, negar-se a contestar judicialmente a diplomação de Lula no TSE.

Veja a Portaria Normativa AGU Nº 74:

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