Em ano de eleições municipais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem priorizado agendas internas e utilizado viagens oficiais para falar diretamente com o eleitorado local. Os estados mais visitados pelo presidente até agora são São Paulo, com seis viagens, Rio de Janeiro, com cinco, e Rio Grande do Sul, com quatro, conforme levantamento da plataforma Agenda Transparente da agência Fiquem Sabendo, especializada em Lei de Acesso à Informação.
Em São Paulo, o PT já formou uma chapa com o PSOL para a prefeitura da capital. Marta Suplicy, após articulação de Lula, retornou ao PT e será vice na candidatura do deputado federal Guilherme Boulos. No Rio de Janeiro, o PT apoia a reeleição do atual prefeito Eduardo Paes (PSD), apesar de nomes sugeridos pelo partido, como a ministra Anielle Franco e o ex-deputado André Ceciliano, terem encontrado resistência. O vice-prefeito de Paes ainda não foi confirmado, mas o deputado federal Pedro Paulo (PSD/RJ) é o mais cotado para o cargo, compondo uma chapa "puro sangue".
No Rio Grande do Sul, as visitas do presidente aumentaram após ele visitar diversas cidades afetadas pelas enchentes de maio. Em Porto Alegre, o PT conta com a deputada federal Maria do Rosário como uma opção competitiva, segundo Lula. "Boulos pode ser prefeito [de São Paulo]. No Rio de Janeiro, vamos apoiar o Paes, é o candidato certo para se reeleger. Em Recife, apoiamos o João Campos", afirmou Lula em entrevista para a rádio Meio Norte na sexta-feira (21).
Pernambuco, visitado duas vezes este ano por Lula, teve uma das agendas compartilhada com o prefeito João Campos, filiado ao PSB. Lula se comprometeu a "apoiar o aliado" nos municípios onde o PT não tiver candidato. "Não quero que os adversários ganhem porque são negacionistas, não gostam da verdade e coisa certa. Farei esse jogo com muito cuidado, sem esquecer que a eleição termina e a vida continua. Sou presidente e o Congresso vai funcionar, e vou precisar ter relação com o Congresso", destacou.
Apesar de repetir destinos, Lula deixou de visitar cinco estados desde o início do mandato: Acre, Goiás, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins. Em março, o Planalto previu visitas a Goiás e Tocantins para eventos de aproximação com o agronegócio, mas essas viagens não se concretizaram.
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*Com informações Metrópoles
