Segunda, 01 de Setembro de 2025
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Perseguição brutal a cristãos em Hong Kong revela controle draconiano do governo chinês

Restrições impostas pelo governo chinês afetam gravemente a liberdade religiosa no território semiautônomo

25/06/2024 às 12h20
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O relatório anual da Comissão dos Estados Unidos sobre Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF) expôs um cenário alarmante de aumento da perseguição contra cristãos em Hong Kong, exacerbado pela aprovação da nova Lei de Segurança Nacional pelo parlamento local. A legislação, vista como uma extensão do controle da ditadura comunista de Pequim sobre o território semiautônomo, impôs severas restrições à liberdade de expressão, associação, reunião e imprensa, afetando diretamente os religiosos locais.

Entre as medidas mais controversas está o artigo 23 da lei, que obriga líderes católicos a revelarem segredos do confessionário, sob a justificativa de identificar dissidentes. A desobediência a essas normas pode resultar em penas de até 14 anos de prisão para os padres, um indicativo do rigor das medidas implementadas para reprimir vozes dissidentes e sociedades religiosas independentes.

O relatório da USCIRF classificou a situação da liberdade religiosa em Hong Kong como “preocupante”, destacando a autocensura crescente entre igrejas e grupos religiosos como uma tentativa de evitar represálias do governo local e do regime central em Pequim. Garry Pang Moon-yuen, um pastor protestante, foi um dos primeiros clérigos condenados com base na nova legislação, acusado de “pregação sediciosa” em 2022, após a implementação das normas mais rígidas de controle.

A situação na China continental também apresenta um quadro sombrio, conforme relatado pela USCIRF. A política de “sinicização da religião”, imposta pelo Partido Comunista Chinês, exige que todos os principais grupos religiosos sigam a ideologia oficial do governo, levando a uma intensificação das medidas de repressão contra igrejas protestantes domésticas. Muitos membros dessas comunidades têm sido detidos, presos e sentenciados sob acusações de “ameaças à segurança”, e relatos de tortura em centros de detenção são recorrentes.

Em resposta à crescente perseguição, milhares de cristãos de Hong Kong buscaram refúgio no Reino Unido nos últimos anos, conforme revelado por um relatório da Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. Cerca de 30 novas igrejas foram estabelecidas no país, refletindo um êxodo significativo devido à deterioração das condições de liberdade religiosa em seu local de origem.

Para Hong Kong, que até 1997 era uma colônia britânica, a busca pela liberdade religiosa continua sendo um desafio crucial em meio à influência crescente do regime chinês sobre seus assuntos internos e suas instituições fundamentais.

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*Com informações Terra Brasil

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