A retirada do popular aplicativo de conteúdo religioso Hallow da App Store na China, anunciada nesta segunda-feira (15), aumentou as preocupações sobre a liberdade religiosa no país. A decisão destaca a contínua tensão entre práticas religiosas e políticas governamentais, com relatos indicando que o app foi banido por conter conteúdo "ilegal". A comunidade mundial volta suas atenções para a situação dos direitos religiosos no país asiático.
Alex Jones, desenvolvedor do Hallow, manifestou sua inquietude nas redes sociais sobre o ocorrido. Desde 2018, o aplicativo oferece orações e conteúdo devocional em áudio para usuários globalmente, alcançando marcas impressionantes de download. Segundo a Administração do Ciberespaço da China (CAC), o aplicativo continha conteúdo considerado ilegal, embora detalhes específicos não tenham sido divulgados. Essa ação insere o Hallow em uma lista crescente de aplicativos religiosos que foram proibidos na China nos últimos anos.
A China, um país de governo comunista e ideologicamente ateu, tem um histórico prolongado de regulamentação e, por vezes, supressão das práticas religiosas. Igrejas devem operar sob diretrizes estritas e frequentemente enfrentam perseguições, como foi o caso da Igreja Católica subterrânea, que mantém fidelidade ao Vaticano.
Impacto sobre a comunidade cristã na China
Apesar da remoção do Hallow, Alex Jones afirmou que o suporte à comunidade cristã na China não cessará. Planos para continuar a assistência por meio de websites, aplicativos alternativos e redes sociais já estão sendo organizados. Entretanto, a situação destaca os desafios enfrentados por praticantes de religiões que estão sob vigilância rigorosa do governo chinês.
Desde missionários nestorianos no século VII até jesuítas no século XVI, o cristianismo tem raízes profundas na história cultural chinesa. Contudo, políticas como a proibição de menores em igrejas e a necessidade de aprovação governamental para atividades religiosas pintam um quadro de contínua vigilância e controle sobre práticas religiosas.
Apesar dos esforços diplomáticos, como o acordo para a nomeação de bispos entre o Vaticano e o governo chinês em 2018, tensões e desafios persistem. A decisão de banir o Hallow é vista por muitos como parte de uma estratégia mais ampla de garantir que a religiosidade não interfira nos ideais do Estado.
A comunidade internacional volta suas atenções para a China, questionando até que ponto o governo continuará a impor restrições à liberdade religiosa e quais serão as consequências para milhões de praticantes religiosos no país.
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*Com informações Terra Brasil
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