Sexta, 18 de Outubro de 2024

La Niña pode retornar ao Brasil em setembro, afeta clima e precipitação

Fenômeno climático deve influenciar temperaturas e chuvas em diferentes regiões, com impacto mais evidente no segundo semestre de 2024

30/07/2024 às 11h49
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A partir de setembro, o fenômeno climático La Niña poderá começar a se manifestar em várias regiões do Brasil, trazendo mudanças significativas para o clima do país. De acordo com os meteorologistas, o La Niña, caracterizado pelo resfriamento das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, pode causar alterações nas temperaturas e padrões de precipitação.

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O meteorologista Angel Domínguez Chovert, do Centro de Excelência em Estudos, Monitoramento e Previsões Ambientais (Cempa) da Universidade Federal de Goiás (UFG), explica que a manifestação do La Niña pode demorar um pouco para ser totalmente percebida. “Há uma inércia para chegar, porque primeiro muda a característica do mar. Essa mudança na temperatura da superfície altera a circulação atmosférica e é assim que o impacto chega ao Brasil”, diz Chovert.

O La Niña geralmente traz chuva em excesso para as regiões Norte e Nordeste, enquanto causa falta de precipitação na região Sul, na Argentina e no Paraguai. Além disso, durante o inverno, pode facilitar o avanço de massas de ar frio pelo Brasil. No entanto, este ano, a intensidade do fenômeno pode ser mais moderada do que em anos anteriores.

Francisco de Assis Diniz, meteorologista e consultor climático, observa que “a ocorrência do La Niña não seguirá sempre o mesmo roteiro”. As previsões atuais indicam que o fenômeno pode resultar em temperaturas um pouco abaixo da média no Sudeste e no Centro-Oeste, com aumento de chuvas no Norte e Nordeste, enquanto a região Sul deve manter a precipitação dentro do esperado.

Atualmente, as medições mostram um resfriamento de 0,3°C nas águas do Pacífico Equatorial, abaixo da média climatológica, mas ainda não suficiente para caracterizar o fenômeno como La Niña. Para isso, o resfriamento precisa ser de pelo menos 0,5°C.

O aquecimento global e a presença de ilhas de calor nos oceanos podem estar contribuindo para a moderação do fenômeno. “Os padrões que antes eram considerados referências não são tão certos quanto antes”, alerta Chovert.

Os especialistas reforçam que a confirmação da ocorrência do La Niña exige uma análise prolongada e que os efeitos na superfície terrestre são resultado de interações atmosféricas. “O La Niña começará a perder força no primeiro trimestre de 2025, e possivelmente retornaremos a uma fase de neutralidade no segundo trimestre”, conclui Chovert.

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*Com informações Metrópoles

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