O fenômeno de aquecimento súbito atmosférico está gerando temperaturas anômalas na Antártida, com máximas de até 30°C acima do esperado para esta época do ano. O meteorologista Vinicius Lucyrio, da Climatempo, explica que o enfraquecimento do vórtice polar, causado por essa elevação repentina da temperatura na baixa estratosfera, permite que o ar frio escape com mais facilidade e favorece a entrada de ar polar nas regiões tropicais.
O aquecimento súbito atmosférico ocorre quando há uma rápida elevação das temperaturas na baixa estratosfera, localizada entre 20 e 30 quilômetros de altura. Esse fenômeno enfraquece a circulação de ventos ao redor da Antártida, permitindo que o ar polar avance para áreas do Hemisfério Sul, incluindo a Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e grande parte do Centro-Sul do Brasil.
Maria Clara Sassaki, especialista em meteorologia, atribui o aquecimento súbito atmosférico a fatores como o aquecimento das águas oceânicas e o derretimento das camadas de gelo. Embora esse fenômeno seja mais comum no Hemisfério Norte, sua ocorrência no Hemisfério Sul é rara e motivo de preocupação.
A expectativa é que o impacto do fenômeno se estenda ao Brasil, trazendo uma nova frente fria para o final desta semana. A massa de ar frio deve atingir o país na noite de quarta-feira (7) e avançar pelo Sudeste até a sexta-feira (9). A frente fria poderá causar quedas acentuadas nas temperaturas, até mesmo em alguns estados da região Norte, e provocar chuvas no sul e leste do estado de São Paulo.
O aquecimento súbito atmosférico, além de causar desconforto imediato com as baixas temperaturas, destaca a necessidade urgente de monitoramento contínuo das mudanças climáticas e a implementação de medidas para mitigar seus impactos globais.
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*Com informações Terra Brasil
