A recente publicação de uma cartilha pela Fundação Perseu Abramo, ligada ao Partido dos Trabalhadores (PT), tem gerado polêmica e críticas, ao expor a tentativa do partido de “seduzir” o eleitorado evangélico. Com nove páginas de orientações, o manual sugere táticas para conquistar a confiança dos religiosos, incluindo a recomendação de evitar exageros ao mencionar o nome de Deus e o uso constante do pronome em primeira pessoa do plural, “nós”.
A cartilha visa superar a barreira histórica que o PT enfrenta com o eleitorado evangélico, um grupo que tem sido tradicionalmente resistente às propostas da legenda. O texto sugere, por exemplo, que os candidatos petistas se apresentem como parte da “grande diversidade brasileira”, enfatizando a pluralidade dentro do próprio grupo evangélico.
Críticos apontam que a abordagem do PT pode parecer uma tentativa superficial de aproximação, desconsiderando as profundas divergências ideológicas entre o partido e os princípios evangélicos. Historicamente, o PT e outras legendas de esquerda têm enfrentado dificuldades para atrair o voto evangélico, devido à percepção de que seus ideais socialistas e comunistas são incompatíveis com os valores eclesiásticos.
A estratégia descrita na cartilha parece refletir uma desconexão com a realidade ideológica e cultural dos eleitores evangélicos, que frequentemente veem o PT como contrário aos seus princípios fundamentais. Em vez de abordar essas diferenças de maneira honesta e respeitosa, o manual sugere uma abordagem que pode ser vista como um esforço para manipular ou adaptar a mensagem política para agradar a um público que, historicamente, não se alinha com as propostas do partido.
O uso do manual para orientar candidatos petistas levanta questões sobre a autenticidade do engajamento do PT com os eleitores evangélicos. A tentativa de “seduzir” esse segmento pode ser interpretada como uma medida oportunista, que ignora as reais preocupações e valores dos evangélicos em favor de ganhos eleitorais.
Enquanto o partido busca expandir sua base eleitoral, a eficácia e a ética dessas estratégias continuam a ser questionadas. A crítica maior reside na aparente falta de um diálogo verdadeiro e substancial sobre as diferenças ideológicas, algo que poderia oferecer uma base mais sólida para a construção de pontes genuínas entre o PT e os eleitores evangélicos.
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*Com informações Pleno News