Terça, 09 de Setembro de 2025
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Pedido de impeachment de Alexandre de Moraes é entregue ao Senado com apoio de 1 milhão de brasileiros

Oposição pressiona Rodrigo Pacheco, mas presidente do Senado sinaliza arquivamento; cenário expõe crise entre poderes

09/09/2024 às 22h36 Atualizada em 10/09/2024 às 12h07
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu um passo audacioso ao protocolar, nesta segunda-feira (9/9), no Senado Federal, um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Com a assinatura de mais de 150 deputados e o respaldo de mais de 1 milhão de brasileiros, a ação se configura como um marco na escalada de tensões entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.

O pedido, entregue pessoalmente ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), destaca-se não apenas pelo volume de assinaturas, mas também pelo timing: ocorre dias após protestos liderados por bolsonaristas na Avenida Paulista, em São Paulo, exigindo a saída de Moraes sob gritos de “Fora Alexandre de Moraes” e “Abaixo a Ditadura”. Convocados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), os manifestantes protestaram contra a inelegibilidade do ex-chefe do Executivo e contra decisões judiciais recentes que incluem a suspensão da rede social X no Brasil.

Entretanto, a resistência de Pacheco é um obstáculo crítico para os oposicionistas. O presidente do Senado já indicou que não pretende dar seguimento ao processo, alinhando-se com um histórico de arquivamentos de pedidos similares, inclusive durante a gestão Bolsonaro. Essa postura alimenta o discurso de insatisfação entre os apoiadores do impeachment, que veem na negativa um reflexo da conivência entre os poderes que deveria fiscalizar.

A magnitude do pedido atual, somado aos outros 22 já protocolados contra Moraes, reflete uma polarização intensa e uma insatisfação popular sem precedentes com o STF. Moraes lidera a lista de ministros mais visados por pedidos de impeachment, seguido por Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes. A narrativa dominante entre os signatários aponta para supostos abusos de poder, decisões controversas e violações de liberdades individuais por parte do ministro.

Enquanto Alexandre de Moraes se mantém em silêncio, a expectativa recai sobre os próximos movimentos de Pacheco e dos líderes partidários no Congresso. Embora a aprovação do impeachment dependa de um trâmite complexo, incluindo o aval inicial do presidente do Senado e subsequente votação na Câmara dos Deputados, o cenário atual expõe as fraturas entre os poderes e a capacidade de mobilização da população diante de questões de interesse nacional.

Este novo capítulo na conturbada relação entre o STF e setores mais conservadores da sociedade brasileira poderá redefinir os rumos da política nacional. A oposição espera que o movimento ganhe corpo, enquanto aliados de Moraes e outros membros do Supremo alertam para os riscos de enfraquecimento institucional e erosão da independência do Judiciário. O país agora aguarda os desdobramentos deste embate, que promete esquentar o clima político nas próximas semanas.

*Com informações Metrópoles

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