Segunda, 08 de Setembro de 2025
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Haddad pressiona Lula a cortar despesas e evitar nova crise fiscal

Ministro da Fazenda adverte que manter gastos sob controle é crucial para evitar um novo ciclo de déficits e garantir a recuperação econômica do país

30/09/2024 às 11h30
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que está pressionando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a manter as despesas dentro do arcabouço fiscal. Em entrevista, Haddad destacou que essa medida é “essencial” para a trajetória da dívida pública e uma “preocupação incisiva” da equipe econômica.

“Nada contra pensar num programa, aperfeiçoar um programa, mas tem que ser feito dentro do arcabouço, que limitou a despesa”, disse o ministro. Ele lembrou que a regra fiscal, aprovada no início do governo, permite um aumento nas despesas em função do crescimento da receita. Apesar de apontar que o Produto Interno Bruto (PIB) do país está “demonstrando vigor” com um crescimento acima de 3%, Haddad alertou que, se não forem limitadas as despesas, o Brasil não conseguirá superar os 10 anos de déficit público.

O ministro também fez uma análise crítica sobre a crença de que déficits públicos podem estimular a economia. Segundo ele, isso não se aplica a todos os contextos e, em situações como recessões, pandemias ou guerras, pode-se recorrer a mecanismos de expansão fiscal. No entanto, Haddad enfatizou que essa não é a realidade atual do Brasil.

Ele destacou que o foco deve ser em manter a economia crescendo, evitando que o estado assuma o papel da sociedade. “O mantra da fazenda é: diminuir o impulso fiscal e melhorar as condições macroeconômicas para as famílias e empresas investirem”, afirmou.

Haddad também compartilhou a meta do governo de entregar uma dívida bruta entre 80% e 83% do PIB ao final do mandato de Lula, observando que, em agosto, os débitos estavam em 78,5%. Ele enfatizou a relação entre a questão fiscal e os movimentos de juros do Banco Central, destacando que a estabilidade fiscal é crucial para a redução das taxas de juros e, consequentemente, para um ambiente de investimentos mais saudável.

“A questão fiscal e monetária andam juntas virtuosamente, ou teremos problemas econômicos”, concluiu Haddad, ressaltando a interdependência entre as políticas fiscal e monetária para o funcionamento adequado da economia.

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*Com informações CNN

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