Na semana passada, o Banco Central decidiu elevar a taxa Selic de 10,5% para 10,75% ao ano, a primeira alta em dois anos. Embora a medida tenha sido antecipada pelo mercado, suas repercussões no cotidiano dos brasileiros são alarmantes. Especialistas alertam que o aumento deve impactar diretamente o poder de compra da população, já sufocada pela inflação e pela crise econômica.
Com juros mais altos, o custo do crédito dispara, tornando financiamentos e compras parceladas menos acessíveis. O economista Hugo Garbe aponta que a mudança resultará em empréstimos mais caros, pressionando ainda mais os consumidores que já enfrentam dificuldades financeiras. “Os primeiros sinais de inadimplência começarão a aparecer, especialmente no crédito pessoal e no rotativo do cartão”, adverte Garbe.
A análise dos economistas é clara: o crescimento da economia está diretamente ligado à demanda dos consumidores. José Luiz Pagnussat, mestre em economia pela UnB, explica que uma menor demanda resultará em crescimento econômico reduzido e aumento do desemprego. “Juros mais altos desestimulam o consumo, e isso afeta negativamente o PIB”, enfatiza.
A perda do poder de compra dos brasileiros é um efeito imediato do aumento da Selic. Newton Marques, economista do Corecon-DF, explica que a elevação dos juros também encarece os preços de alimentos e bebidas, prejudicando ainda mais as famílias. Com parcelas de dívidas mais elevadas, sobra menos dinheiro para outros gastos, criando um ciclo vicioso de redução do consumo. “Menos consumo leva a menos vendas e, consequentemente, a uma desaceleração econômica”, alerta.
Historicamente, a transição dos aumentos da Selic para os consumidores acontece rapidamente, enquanto os cortes nos juros demoram a ser repassados. Isso indica que a situação pode se agravar ainda mais caso o Banco Central continue a aumentar a taxa nas próximas reuniões.
Para investidores, a alta da Selic pode ser uma faca de dois gumes. Embora possa trazer benefícios para a renda fixa, a elevação dos juros afeta negativamente o mercado de ações, pois aumenta os custos de operação das empresas e limita sua capacidade de crescimento.
O cenário é sombrio: a alta da Selic não apenas significa juros mais altos, mas também um golpe direto no poder de compra dos brasileiros. Em um país onde a inflação já castiga os mais vulneráveis, o aumento dos juros pode ser o estopim para uma crise ainda mais profunda. A hora é de alertar e preparar os cidadãos para os impactos dessa decisão econômica.
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*Com informações R7