
O furacão Milton tocou o solo da Flórida na quarta-feira (9), por volta das 22h15 (horário local), atingindo a costa oeste do estado próximo a Siesta Key, no condado de Sarasota. Classificado inicialmente como categoria 5, o ciclone rapidamente perdeu força, sendo rebaixado para a categoria 1, mas ainda assim registrou ventos acima de 190 km/h, causando estragos significativos nas cidades de Tampa e Sarasota.
Após a passagem do furacão, cerca de 1,5 milhão de pessoas ficaram sem energia elétrica, e as autoridades reportaram destruição em pelo menos 125 casas, além de feridos em Martin County. O governador Ron DeSantis anunciou que o estado enfrentou pelo menos 19 tornados e emitiu 116 alertas para esses fenômenos meteorológicos, alertando que “muito mais alertas de tornado estão por vir”.
As imagens da tempestade foram alarmantes. Moradores compartilharam nas redes sociais cenas de destruição, incluindo a impressionante imagem de um avião virado de ponta-cabeça. Em várias localidades, inundações forçaram as águas a invadirem ruas e prédios, enquanto repórteres enfrentavam condições extremas para relatar a situação ao vivo. A repórter da CNN, Randi Kaye, foi vista em Sarasota, lutando contra os ventos fortes e a chuva que tornava a visibilidade quase impossível.
Com o avanço do furacão, a Divisão de Gerenciamento de Emergência da Flórida recomendou que 5,9 milhões de pessoas deixassem suas casas. Embora Sarasota não estivesse inicialmente classificada como uma área crítica, as autoridades alertaram a população sobre a necessidade de se prepararem, fazendo reservas de água, alimentos e medicamentos. Pouco mais de uma hora após tocar o solo, Milton passou para a categoria 2 e, posteriormente, para a categoria 1 na manhã de quinta-feira (10).
As regiões já afetadas enfrentam o risco de inundações significativas, enquanto áreas ainda sob a influência do furacão devem se preparar para ventos fortes. As autoridades locais alertam a população a permanecer em casa e não se deixar enganar pela aparente calmaria que pode seguir a tempestade.
A situação se agrava com relatos de mortes em uma comunidade de aposentados na cidade de Fort Pierce devido a tornados. As equipes de busca e resgate estão mobilizadas, mas a porta-voz do Gabinete do Xerife do Condado de St. Lucie, Tonya Woodworth, informou que o número de vítimas ainda não está claro.
Em coletiva de imprensa, o governador DeSantis reiterou a urgência da situação: “A tempestade chegou. Fique em casa e não pegue a estrada”. O presidente dos EUA, Joe Biden, também fez alertas, chamando Milton de “um dos piores furacões em mais de um século na Flórida”.
Com o ciclone cruzando a Flórida de oeste a leste, a cidade de Orlando, famosa por seus parques temáticos da Disney, fechou suas portas ao meio-dia devido à ameaça. O tráfego aéreo nos aeroportos de Tampa e Sarasota foi interrompido, aumentando a preocupação entre os moradores que buscam abrigo.
Diante de tudo isso, a ansiedade entre os residentes da Flórida é palpável. Muitos estão relembrando os traumas causados por furacões anteriores, como Helene, que atingiu a região há apenas duas semanas. A moradora Debbie Edwards, de Fort Myers, descreveu a expectativa de Milton como “uma síndrome do estresse pós-traumático”.
A especialista em ciências atmosféricas, professor John Marsham, destacou a conexão entre os furacões e as mudanças climáticas, afirmando que “muitos aspectos de Helene e Milton correspondem perfeitamente” às previsões científicas sobre o aumento da intensidade dos fenômenos naturais.
Com as mudanças climáticas elevando as temperaturas dos oceanos, os furacões têm se tornado mais frequentes e devastadores, trazendo à tona questões políticas. Enquanto republicanos e democratas trocam acusações sobre a gestão das catástrofes, Biden condenou as afirmações de Trump sobre desvios de recursos da FEMA para “dar aos imigrantes ilegais”, chamando-as de “perigosas” e “inaceitáveis”.
A população da Flórida, mais uma vez, enfrenta as consequências de um furacão devastador, enquanto as discussões sobre a emergência climática se intensificam no cenário político e social do país.
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*Com informações Metrópoles