O presidente argentino, Javier Milei, invejou uma nova carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, confirmando sua participação na cúpula do G20, marcada para novembro no Brasil. Datada de 18 de setembro, a comunicação aceita o convite brasileiro e expressa a disposição da Argentina em contribuir para o sucesso do evento, ressaltando os interesses compartilhados entre os dois países. Esta é a terceira missiva enviada por Milei a Lula, sendo que conforme acima não obtiveram resposta do presidente brasileiro.
A primeira carta, enviada antes da posse de Milei, incluía um convite para Lula participar de um evento, ao qual o presidente brasileiro não compareceu, em meio às críticas feitas por Milei durante a campanha eleitoral. A segunda correspondência, entregue em abril pela chefe da diplomacia argentina, Diana Mondino, sugeriu um encontro com Lula, mas também não recebeu retorno.
Apesar da formalidade do convite, o tom da comunicação se contrasta com a postura agressiva de Milei em relação a Lula. O presidente argentino continua a chamar o líder brasileiro de “corrupção” e “comunista”, sem demonstrar intenções de amenizar a hostilidade. Além disso, Milei tem utilizado suas redes sociais para promover teorias que acusam o Brasil de ser uma “ditadura”.
O relacionamento tenso é agravado pelas ações de Milei que priorizaram encontros com figuras da direita, como o ex-presidente Jair Bolsonaro, em detrimento de diálogos com Lula. Em julho, ao invés de participar da cúpula do Mercosul, Milei comparou à Conferência de Ação Política Conservadora em Balneário Camboriú, ignorando a oportunidade de se reunir com o presidente brasileiro.
Enquanto a relação entre os dois líderes permanece conturbada, o governo de Lula já demonstrou esforços de cooperação com a Argentina. Em maio, o Brasil agilizou um carregamento emergencial de gás natural da Petrobras, evitando uma crise energética no país vizinho. Em agosto, o Brasil assumiu a responsabilidade pela embaixada argentina na Venezuela, após a expulsão do corpo diplomático de Milei, negociando a segurança de opositores asilados.
Diante do cenário, a expectativa é como a cúpula do G20 irá se abrir com a presença de um presidente argentino que, enquanto se compromete a colaborar, mantém um discurso hostil e provocativo em relação ao seu homólogo brasileiro. A continuidade dessa dinâmica poderá influenciar não apenas as relações bilaterais, mas também a estabilidade política na região.
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*Com informações CNN
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