Quinta, 11 de Setembro de 2025

Caixa Econômica Federal anuncia novas regras para financiamento imobiliário: comprador precisará arcar com entrada maior

Alterações começam em novembro e impactam financiamento de imóveis pelo SAC e sistema Price

16/10/2024 às 12h40 Atualizada em 16/10/2024 às 16h56
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A partir de novembro deste ano, a Caixa Econômica Federal, maior agente de financiamento imobiliário do país, vai implementar mudanças significativas nas regras para a liberação de crédito habitacional. O banco anunciou que, no Sistema de Amortização Constante (SAC), o financiamento de imóveis será reduzido de 80% para 70% do valor total do imóvel. Com isso, o comprador terá que desembolsar, no mínimo, 30% de entrada. Já no sistema Price, a redução será ainda mais drástica: a Caixa, que até então financiava 70% do valor total do imóvel, passará a cobrir apenas 50%, exigindo que o comprador arque com metade do valor do bem.

As novas regras afetarão os contratos firmados a partir de novembro, não havendo alterações para financiamentos já vigentes ou fechados até o dia 31 de outubro. Além dessas mudanças, o crédito liberado pela Caixa por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) só poderá ser utilizado para imóveis de valor até R$ 1,5 milhão.

A decisão da Caixa de restringir os valores financiados ocorre em um cenário de alta demanda por crédito habitacional. Segundo o banco, em 2024, o volume de crédito concedido foi maior do que o esperado, o que levou à necessidade de ajustar as regras para garantir a sustentabilidade da oferta. Em nota oficial, a Caixa explicou: "Considerando a demanda observada e o orçamento para crédito habitacional aprovado para 2024, com crescimento da carteira estimado entre 8% e 12%, prevemos que nossa carteira irá superar o limite máximo projetado para o período." Até setembro deste ano, a instituição já havia concedido R$ 175 bilhões em crédito imobiliário, um aumento de 28,6% em relação ao mesmo período de 2023, totalizando 627 mil financiamentos e beneficiando cerca de 2,5 milhões de brasileiros.

As mudanças, no entanto, têm gerado apreensão entre futuros compradores de imóveis, que precisarão desembolsar valores mais altos como entrada. Especialistas do mercado imobiliário temem que a redução da fatia financiada dificulte o acesso à casa própria, especialmente para famílias de classe média, que dependem de financiamentos mais acessíveis. O impacto poderá ser maior nos imóveis financiados pelo sistema Price, onde os compradores terão que custear 50% do valor total, uma exigência inédita em financiamentos da Caixa.

Por outro lado, a Caixa destacou que as medidas são temporárias e visam evitar um colapso no orçamento destinado ao crédito habitacional. "Estamos constantemente estudando novas medidas que permitam a expansão do crédito imobiliário no país, inclusive participando de discussões junto ao mercado e ao governo", acrescentou o banco em nota. A instituição também ressaltou que trabalha em conjunto com outros agentes do mercado para encontrar soluções que garantam a continuidade da oferta de crédito.

A decisão pode também ser vista como um reflexo das condições econômicas e da inflação que afetam o setor imobiliário, somadas às restrições fiscais enfrentadas pelo governo. O ajuste das regras de financiamento pode sinalizar a necessidade de maior prudência fiscal, mas pode também dificultar o crescimento do mercado imobiliário, que vinha em recuperação nos últimos anos.

Futuros compradores e construtoras aguardam com expectativa as discussões entre a Caixa e o mercado imobiliário, na esperança de que sejam encontradas alternativas que mitiguem os impactos das mudanças. Até lá, a recomendação dos especialistas é que aqueles que desejam financiar imóveis aproveitem as condições atuais até o final de outubro, quando as novas regras entrarão em vigor.

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*Com informações Metrópoles

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