Domingo, 14 de Setembro de 2025

Falso mandado de Moraes pedindo própria prisão foi inserido no CNJ

Autoridades investigam ordem de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão

05/01/2023 às 09h11 Atualizada em 06/01/2023 às 15h59
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Mandado foi inserido por usuário regularmente cadastrado, segundo CNJ
Mandado foi inserido por usuário regularmente cadastrado, segundo CNJ

Uma ordem de prisão foi inserida no Banco Nacional de Mandados de Prisão - BNMP, está sob investigação das autoridades após constar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria determinado sua própria prisão.

Na decisão falsa consta a determinação: “expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”.

O mandado de prisão não existe e inclusive está com a numeração de um processo que tramita no STF sob a relatoria do ministro Dias Toffoli. A última decisão sobre o caso está datada em 19 de dezembro de 2022, na qual Toffoli negou um habeas corpus impetrado pelo advogado Philipe Barbato Marinho.

Em nota, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que administra o BNMP, disse ter identificado uma inconsistência “fora do padrão” no sistema, que teria sido introduzida por um usuário regularmente cadastrado no sistema. O CNJ ainda disse que haverá restrição de acessos à plataforma.

"O caso já se encontra sob investigação oficial das autoridades responsáveis. Cautelarmente, e como medida de segurança, haverá restrição de acessos à plataforma, embora esteja preservada a integridade das demais informações que foram, regularmente, produzidas dentro do sistema", destacou o conselho.

A Polícia Federal vai investigar se houve um ataque hacker ao sistema, que pode ter invadido o sistema durante a manhã desta quinta-feira (5). 

Falso Mandado

No falso mandado de prisão, o autor do texto insere diversas frases irônicas com críticas ao ministro como “o Estado somente eu”, “vontade extraordinária de ver o Lula continuar na presidência” e “publique-se, intime-se e faz o L”.

O texto faz referência também ao processo eleitoral, especialmente com relação às urnas eletrônicas, e diz que Moraes condena a si mesmo por litigância de má-fé, justamente a conduta que ele atribuiu ao PL quando multou o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em mais de R$ 22 milhões por questionar as urnas usadas no pleito deste ano.

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