Domingo, 07 de Setembro de 2025
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Vitória do centro-direita nas eleições municipais de 2024 revela cenário desfavorável para a esquerda em 2026

PSD e MDB lideram articulações enquanto Bolsonaro e Lula enfrentam desafios para consolidar suas bases

28/10/2024 às 08h34 Atualizada em 28/10/2024 às 17h13
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Os resultados das eleições municipais de 2024 trouxeram uma onda de vitórias para a centro-direita, estabelecendo o PSD e o MDB como forças decisivas para a corrida presidencial de 2026. Ambos os partidos dominaram as prefeituras, conquistando cinco capitais cada, o que fortaleceu suas posições para os próximos debates políticos. O resultado mais simbólico foi em São Paulo, onde Ricardo Nunes (MDB) superou Guilherme Boulos (PSol), aliado direto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que teve uma presença modesta nas campanhas.

Embora o PT tenha comemorado uma recuperação ao vencer a prefeitura de Fortaleza, o partido ainda está distante do poder que as legendas da centro-direita conseguiram consolidar, com o PSD conquistando 885 prefeituras e o MDB 853, enquanto o PT ficou com 252. O deputado federal André Janones (Podemos-MG), aliado de Lula, expressou seu descontentamento com a atuação da esquerda, afirmando que o Brasil vive uma polarização entre “direita e extrema direita”, e criticou as estratégias comunicativas do partido.

O ex-presidente Jair Bolsonaro, apesar de sua influência em setores da direita, enfrentou desafios tanto legais quanto políticos. Candidatos transferidos com sua agenda transferida em capitais importantes, como Marcelo Queiroga (PL), em João Pessoa, e Alexandre Ramagem (PL), no Rio de Janeiro. Bolsonaro, que passou o dia das eleições em Goiás, viu seu candidato em Goiânia perder para o nome apoiado pelo governador Ronaldo Caiado, um rival dentro do campo conservador.

A direita, porém, não está unida em um único nome para 2026. O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) surge como um possível sucessor natural, especialmente após elogios calorosos de Nunes, prefeito reeleito de São Paulo, que o chamou de “grande líder”. No entanto, a falta de um consenso e o fortalecimento de outros líderes de centro-direita, como Caiado e Kassab, podem dividir o campo conservador.

No lado da esquerda, Lula, que completou 79 anos, ainda é considerado o nome principal para 2026, mas sua idade e condições de saúde levantam dúvidas. Outros possíveis candidatos incluem o ministro Fernando Haddad, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Ainda assim, a divisão interna e a falta de renovação das lideranças progressistas sugerem um caminho árduo para reconquistar o apoio popular.

Para os partidos de centro-direita, a próxima batalha estratégica será a eleição das presidências da Câmara e do Senado em fevereiro de 2025. No Senado, a vitória da União Brasil já está praticamente garantida com Davi Alcolumbre. Na Câmara, os favoritos são Hugo Motta (Republicanos), Elmar Nascimento (União Brasil) e Antonio Brito (PSD), todos de centro-direita, consolidando ainda mais o domínio do bloco conservador no Congresso.

Em um cenário de polarização entre a direita e a centro-direita, o espaço para o PT e seus aliados diminui, enquanto as alianças se intensificam para 2026. A vitória de figuras conservadoras nas eleições municipais aponta para uma eleição presidencial disputada, onde a esquerda terá que se reinventar para superar a perda de influência política e reconquistar o eleitorado brasileiro.

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*Com informações Metrópoles

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