Nesta quinta-feira, 31 de outubro, o 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro condenou os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz pela execução da ex-vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. A sessão, que se estendeu por dois dias, resultou em penas severas: Lessa foi sentenciado a 78 anos e 9 meses de reclusão, enquanto Queiroz recebeu uma pena de 59 anos e 8 meses. Ambos deverão cumprir suas penas em regime fechado, sem possibilidade de recorrer em liberdade.
Além das penas de prisão, os condenados terão a obrigação de pagar pensão ao filho de Anderson Gomes, Arthur, até que ele complete 24 anos, além de uma indenização de 706 mil reais por danos morais às famílias das vítimas, incluindo a viúva de Marielle, Mônica Benício, e a mãe da vereadora, Marinete Silva.
A juíza Lúcia Glioche, responsável pela condução do júri, destacou a importância da decisão, afirmando que a sentença representa a vontade do povo em busca de justiça. “A Justiça chega mesmo para aqueles que acham que jamais vão ser atingidos por ela”, enfatizou, refletindo sobre o impacto do caso na sociedade.
Durante o julgamento, o Ministério Público do Rio solicitou que os réus fossem condenados à pena máxima de 84 anos, dada a gravidade do crime, classificado como duplo homicídio triplamente qualificado. O promotor Eduardo Martins criticou a postura dos réus, que, segundo ele, só decidiram colaborar com as investigações quando perceberam que seriam descobertos, buscando assim uma redução de suas penas.
No primeiro dia de julgamento, Lessa e Queiroz foram interrogados por videoconferência e, enquanto Lessa detalhou o crime com frieza, familiares de Marielle expressaram suas angústias e reforçaram que sua atuação em defesa dos direitos humanos poderia ter sido um dos motivos para a execução. A ligação entre os mandantes do crime, os irmãos Domingos e Chiquinho Brazão, e as tentativas de flexibilização da legislação sobre grilagem de terras também foram mencionadas como fatores centrais na motivação para o assassinato.
Os dois ex-policiais estão presos desde março de 2019 e, apesar de suas confissões e da condenação, o mistério sobre quem, de fato, encomendou o crime ainda permanece, deixando a pergunta que ecoa na sociedade: “quem matou Marielle e Anderson?”
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*Com informações Veja