O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tenta conquistar o apoio dos evangélicos com uma reforma ministerial que incluiria um representante da Frente Parlamentar Evangélica em um ministério estratégico, possivelmente uma mulher, para atrair também o eleitorado feminino. A ideia de Lula, segundo seus interlocutores, é usar a aproximação com a bancada evangélica como ponte para fortalecer sua base eleitoral, mirando nas eleições de 2026. Porém, as resistências são evidentes, e os líderes evangélicos já apontam uma estratégia como uma tentativa de manipulação a fé dos fiéis em troca de votos.
Silas Câmara, presidente da Frente Parlamentar Evangélica, afirmou que, embora exista um diálogo com o governo, a aproximação mais do que esses discursos é exigida. “O governo precisa mudar suas atitudes”, destacou. Para Câmara, as ações do governo ainda mostram desconexão com valores conservadores, citando temas como a educação infantil e o aborto, que, apesar de retiradas, seguem sendo um ponto de atrito. Sóstenes Cavalcante, aliado de Jair Bolsonaro, reforçou a resistência ao dizer que a estratégia de Lula não terá efeito: “Lula quer manipular a fé, mas nada do que ele perder vai adiantar”.
O governo enviou ministros como Jorge Messias, da Advocacia-Geral da União, para manter o diálogo com as lideranças evangélicas, mas a oposição dentro da bancada parece intransponível. A força política do segmento evangélico, que representa cerca de 30% da população, é uma influência decisiva nas disputas eleitorais, mas os líderes ressaltam que o atual conservadorismo global — citado em analogia à vitória de Trump — é um sinal de que a esquerda, inclusive o PT, precisa revisar suas táticas.
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*Com informações Agência Estado