A condução fiscal do governo Lula foi duramente questionada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na ata divulgada nesta terça-feira (12). O documento destaca que o crescimento desordenado dos gastos públicos e o relaxamento no esforço de reformas estruturais estão pressionando a economia, aumentando os riscos de desancoragem das expectativas de inflação e prejudicando os preços de ativos financeiros.
A elevação da taxa Selic para 11,25% ao ano, anunciada em 6 de novembro, reflete a necessidade de uma política monetária mais rigorosa para conter os impactos de um cenário econômico interno e externo desafiador. O Copom apontou a falta de credibilidade na política fiscal como um fator crítico, alertando que a estabilização da dívida pública enfrenta obstáculos estruturais e que a inflação em 2024 pode atingir 4,62%, muito acima da meta de 3%.
O Banco Central não poupou críticas à condução do orçamento público, enfatizando que a ausência de disciplina fiscal pode elevar a taxa de juros neutra e gerar maior desconforto no mercado financeiro. “O esmorecimento no esforço de reformas estruturais e disciplina fiscal aumenta a incerteza e compromete a ancoragem das expectativas”, afirmou o comitê.
Enquanto isso, o governo tenta reagir com um pacote de cortes de gastos para 2024, a ser apresentado ao Congresso ainda nesta semana. A medida, que incluirá áreas prioritárias como Saúde, Educação e Previdência, pode atingir até o Ministério da Defesa, conforme apuração. Contudo, especialistas questionam se as ações serão suficientes para reverter o cenário de desconfiança.
Com uma economia pressionada por alta da inflação e incertezas fiscais, o governo Lula enfrenta crescentes críticas e um mercado cada vez mais cauteloso diante da falta de estratégias efetivas para controlar os gastos públicos.
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*Com informações CNN
