Domingo, 07 de Setembro de 2025
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Gleisi Hoffmann e o jogo sujo da democracia: revisionismo político e ataques pessoais a Bolsonaro

Troca de farpas entre os políticos revela a polarização crescente no Brasil, onde ataques pessoais e acusações sem fundamento ofuscam a discussão sobre os reais desafios democráticos do país

12/11/2024 às 11h54
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A recente troca de farpas entre a deputada federal Gleisi Hoffmann (PT) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ilustra como a polarização política no Brasil segue inflamada, mesmo após as eleições. Em um momento onde o país deveria estar focado em superar divisões políticas, a postura de Gleisi Hoffmann ressurge com ataques pessoais que nada agregam à verdadeira discussão sobre a democracia, mas alimentam a chama da discórdia.

O embate teve início após a publicação de um artigo de Bolsonaro, no jornal Folha de S.Paulo, onde ele defendia os princípios democráticos e a vontade popular expressa nas urnas. O ex-presidente utilizou o espaço para afirmar que a maioria da população, como observado nas eleições de países como os Estados Unidos e a Argentina, opta por “ordem, progresso e liberdade”, e destacou que, apesar das dificuldades, sempre defendeu os pilares da democracia.

Entretanto, a reação de Gleisi Hoffmann foi rápida e agressiva. Em sua resposta, a deputada não se limitou a rebater as ideias de Bolsonaro de forma política, mas foi além, desferindo um ataque direto às suas ações passadas. A deputada do PT acusou Bolsonaro de tentar “apagar a memória coletiva” ao se posicionar agora como defensor da democracia, questionando a integridade do processo eleitoral durante seu governo e promovendo atos autoritários que, segundo ela, contradizem suas atuais palavras.

O ataque de Gleisi foi particularmente ácido quando, ao desqualificar as declarações de Bolsonaro, ela não apenas desconsiderou os pontos levantados por ele, mas também tentou construir uma narrativa de que o ex-presidente estava revisando a história em benefício próprio. Este tipo de postura — em vez de dialogar sobre as questões políticas reais — está se tornando uma prática comum entre líderes políticos que, ao invés de buscar soluções, preferem alimentar a rivalidade.

Mas o episódio não terminou aí. Bolsonaro, em resposta às acusações, não hesitou em atacar Gleisi Hoffmann de forma pessoal, usando uma insinuação no X (antigo Twitter) sobre seu nome estar associado à lista de pagamentos da Odebrecht, onde, em meio à investigação de corrupção, seu codinome era “amante”. O ex-presidente, ao desferir essa provocação, acabou não só amplificando a tensão entre ambos, mas também devolvendo um ataque que reforça as disputas ideológicas, ao invés de avançar em uma discussão política construtiva.

Essa troca de acusações reflete um padrão crescente na política brasileira, onde a argumentação não se limita mais às ideias, mas se transforma em um jogo sujo, com ataques pessoais que desvirtuam o debate público. Em vez de priorizar a solução de problemas reais que afetam a democracia brasileira, como o fortalecimento das instituições e o combate à corrupção, políticos como Gleisi Hoffmann e Bolsonaro continuam a travar um embate fútil e destrutivo, que só aprofunda as divisões do país.

Esse comportamento de agressão mútua é um reflexo da polarização do Brasil, que deixa pouco espaço para uma discussão saudável e construtiva. Enquanto os dois continuam a se atacar, o Brasil, em sua essência democrática, fica refém de um jogo político sem fim, onde a história é distorcida e a verdade se perde no meio da disputa.

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*Com informações Terra Brasil

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