O mercado financeiro ajustou para cima as projeções de inflação, juros e câmbio para os próximos anos, conforme divulgado no boletim Focus do Banco Central nesta segunda-feira (2). Essa foi a primeira publicação após a apresentação do pacote fiscal e da reforma do Imposto de Renda pelo governo federal na semana passada, que geraram desconfiança generalizada.
A taxa básica de juros (Selic) para 2025 foi elevada para 12,63%, frente aos 12,25% corrigidos na semana anterior, marcando a terceira revisão consecutiva de alta. Para 2024, a previsão se mantém em 11,75%, com a Selic atualmente em 11,25% ao ano.
A medida de inflação pelo IPCA também teve novas altas nas projeções: 4,71% para 2024 e 4,4% para 2025, aproximando-se do teto da meta de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Essa foi a sétima edição consecutiva de alta nas expectativas para o índice.
O câmbio fechou novembro em R$ 6, atingindo um dos maiores patamares da história e registrando uma alta de 3,8% no mês. Para o final de 2024, a projeção foi revisada para R$ 5,60, enquanto para este ano se manteve em R$ 5,70.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou medidas de contenção fiscal que prometem economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e incluiu a promessa de isenção de IR para rendas de até R$ 5 mil. No entanto, a ocorrência do mercado foi negativa, e o real teve o pior desempenho cambial global na semana dos anúncios.
O pessimismo reflete uma desconfiança persistente sobre a previsão das medidas e o impacto das medidas na economia, além de incertezas quanto à capacidade do governo de atingir as metas fiscais e conter o avanço dos preços. A próxima reunião do Copom, marcada para 10 e 11 de dezembro, será crucial para definir os rumores de política monetária no curto prazo.
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*Com informaçõe CNN