Sábado, 06 de Setembro de 2025
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Câmara avança com urgência em projeto que congela salário mínimo e impacta benefícios sociais

Pacote do governo Lula visa economizar R$ 70 bilhões, mas enfrenta críticas e oposição no Congresso

05/12/2024 às 08h54 Atualizada em 09/12/2024 às 05h31
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (4) a tramitação em regime de urgência do projeto de lei que altera regras para o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e limita o aumento real do salário mínimo até 2030. O pacote faz parte da revisão das despesas públicas, com promessa de economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos, mas gerou polêmica ao vincular direitos sociais ao controle fiscal.

Com 267 votos favoráveis — apenas 10 a mais que o necessário para aprovação —, a proposta agora seguirá diretamente para votação em plenário, sem passar pelas comissões temáticas. Para o governo, o texto "racionaliza despesas públicas primárias" e alinha o orçamento ao novo arcabouço fiscal, limitando o crescimento real da despesa obrigatória a até 2,5%.

Regras mais duras para benefícios e salário mínimo

Entre os pontos mais sensíveis, o projeto prevê:

  • Inclusão obrigatória do código da Classificação Internacional de Doenças (CID) para beneficiários do BPC;
  • Exigência de regularização cadastral para quem está há mais de dois anos sem atualização;
  • Vinculação do reajuste do salário mínimo ao crescimento real das despesas primárias, substituindo o atual modelo que considera a inflação e o crescimento do PIB.

Críticos apontam que a vinculação do salário mínimo ao controle fiscal pode prejudicar milhões de brasileiros, sobretudo em um cenário de inflação elevada.

Resistência parlamentar e crise nas emendas

Apesar da aprovação da urgência, o projeto enfrenta resistência. Parlamentares de diversas bancadas criticaram a medida após a polêmica decisão do ministro Flávio Dino, do STF, que desbloqueou emendas parlamentares com ressalvas, gerando insatisfação.

A Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com um pedido para que Dino esclareça pontos da decisão, incluindo regras para identificação nominal de emendas e limites para o crescimento de despesas.

Com o Congresso dividido e o impacto social em debate, o projeto sinaliza novos desafios políticos para o governo Lula. A sociedade agora aguarda os próximos desdobramentos, que podem moldar o futuro da economia e dos direitos sociais no país.

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*Com informações Metrópoles

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