Sábado, 06 de Setembro de 2025
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Agenda econômica de dezembro: O Governo de Lula enfrenta desafios cruciais

Reformas, indicadores econômicos e pressão sobre o BC marcam a última semana antes do recesso parlamentar

09/12/2024 às 09h19
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A última semana de 2024 promete ser decisiva para a economia brasileira. Com indicadores-chave sendo divulgados, como o IPCA e o INPC, e votações importantes no Congresso, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se vê diante de desafios que podem determinar o rumo da economia nos próximos meses. Entre os principais temas estão a definição da taxa de juros, a revisão de gastos públicos, a reforma tributária e o Orçamento de 2025.

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), principal indicador da inflação oficial, será divulgado terça-feira (10) e está projetado para indicar se o Brasil conseguirá cumprir a meta inflacionária de 3%, com uma tolerância de até 4 ,5%. O IPCA de outubro superou a meta com uma inflação de 4,76% no acumulado de 12 meses, um reflexo da alta nos preços de energia elétrica e carnes. Se o IPCA de novembro não mostrar um recuo significativo, o governo de Lula terá que ajustar sua estratégia econômica, com consequências diretas para o salário mínimo de 2025 e os benefícios sociais.

Na mesma terça-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para decidir sobre a Selic, a taxa básica de juros do Brasil. A expectativa é de que o BC eleve os juros em até 0,75 ponto percentual, uma medida para tentar conter a inflação em meio à valorização do dólar e ao impacto das revisões fiscais propostas pelo governo. A alta taxa de juros deve reduzir o consumo e os investimentos, o que pode desacelerar a economia e dificultar a recuperação de setores chave.

O cenário de incertezas se intensifica com as reformas em andamento. A revisão de gastos públicos, que busca controlar as despesas do governo, enfrentou resistência no Congresso, e a reforma tributária, que visa simplificar o sistema de impostos com a criação da Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), também deve ser regulamentada parcialmente neste ano . No entanto, a Comissão de Constituição e Justiça do Senado adiou a votação de uma das propostas, deixando a conclusão da reforma para 2025.

Outro tema crucial é o Orçamento de 2025, que ainda depende da aprovação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e da Lei Orçamentária Anual (LOA) nos próximos dias. O governo tenta evitar o adiamento dessas votações, mas o clima de incerteza no Congresso pode complicar os planos do Executivo.

Enquanto o governo lida com essa pressão econômica, também há movimentações no Banco Central. O presidente Lula indicou novos membros para a diretoria do BC, e a sabatina do Senado está marcada para quarta-feira (11), quando será decidido quem assumirá os cargos. Com uma política monetária mais rígida à vista, a escolha desses nomes é fundamental para garantir que o BC siga sua missão de manter a inflação sob controle.

Em meio a tudo isso, a pressão sobre o governo aumenta. A expectativa é de que o Congresso aprove as reformas e o orçamento a tempo, mas os sinais são de que o governo terá dificuldades para cumprir suas metas antes do recesso parlamentar. Sem uma ação eficaz, a equipe econômica de Lula corre o risco de enfrentar um cenário de estagnação no ano seguinte, deixando um legado de promessas não cumpridas. A semana, portanto, será crucial para definir o futuro econômico do Brasil.

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*Com informações Metrópoles

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