A alta no preço da carne, que subiu 8,02% em novembro, tem sido o grande vilão da inflação e, mais uma vez, expõe as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros para manter um dos maiores símbolos de confraternização no país: o churrasco. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o grupo Alimentação e Bebidas foi o principal responsável pela inflação de 0,39% no último mês, com impacto direto no bolso da população.
Prometido como símbolo de prosperidade durante a campanha presidencial de Lula, o churrasco agora se torna cada vez mais inacessível. Cortes tradicionais, como alcatra (9,31%), coxão mole (8,57%) e contrafilé (7,83%), registraram aumentos alarmantes, agravados pela menor oferta de animais para abate e pelo crescimento das exportações, segundo o IBGE.
Enquanto o IPCA acumula 4,87% nos últimos 12 meses, ultrapassando o teto da meta para 2024, o brasileiro médio vê seu poder de compra ser corroído. Os custos com alimentação em casa saltaram de 1,22% em outubro para 1,81% em novembro, dificultando ainda mais o acesso a itens básicos.
Outros produtos essenciais também acompanharam a escalada dos preços. O óleo de soja registrou aumento de 11,00% e o café moído, 2,33%. Apenas itens pontuais, como manga (-16,26%) e cebola (-6,26%), trouxeram algum alívio nas prateleiras, mas não o suficiente para equilibrar o orçamento das famílias.
O governo Lula, que em campanha evocou o sonho de um churrasco acessível para todos, agora enfrenta uma dura realidade. O aumento da carne e de outros alimentos reflete uma gestão que parece incapaz de proteger o consumidor da volatilidade do mercado e das pressões externas, como o aumento das exportações.
Sem medidas eficazes para conter os abusos, o brasileiro não apenas enfrenta um custo de vida mais alto, mas também vê suas tradições e momentos de celebração ameaçados. O churrasco prometido transformou-se em mais uma promessa distante, deixando claro que as dificuldades econômicas estão longe de serem resolvidas.
A pergunta que fica é: até quando os brasileiros terão que pagar a conta por uma administração que parece desconectada da realidade de quem mais precisa?
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*Com informações Metrópoles
