Sábado, 06 de Setembro de 2025
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Bolsonaro insiste em questionar Moraes para reforçar narrativa de perseguição política

Apesar da rejeição do STF, ex-presidente segue com ações para afastar ministro e argumenta que ação visa proteger Estado Democrático de Direito

10/12/2024 às 09h59
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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Apesar da rejeição unânime do Supremo Tribunal Federal (STF) ao pedido de Jair Bolsonaro para afastar o ministro Alexandre de Moraes do “inquérito do golpe”, o ex-presidente parece determinado a continuar sua cruzada. Mesmo ciente de que a Corte não mudará de entendimento a curto prazo, aliados políticos e advogados próximos a Bolsonaro preveem que novas ações serão protocoladas, questionando a imparcialidade do ministro e reforçando a tese de uma suposta perseguição política.

Para a defesa de Bolsonaro, a continuidade das contestações tem um objetivo claro: construir um enredo de vitimização que, no futuro, possa embasar a anulação do processo ou até mesmo de eventuais condenações. Nos bastidores, bolsonaristas falam em uma espécie de “Lava Jato às avessas”, comparando o tratamento que o ex-presidente recebe ao daquela operação, que almejavam reverter contra o sistema político tradicional.

No entanto, no plenário do STF, a grande maioria dos ministros tem sido enfática ao afirmar que não há qualquer fundamento nas ações movidas pela defesa de Bolsonaro. O ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte, foi claro em sua argumentação, afirmando que a aceitação da tese da defesa abriria um perigoso precedente. “Se fosse acolhida, todos os órgãos do Poder Judiciário estariam impedidos de apurar esse tipo de criminalidade contra o Estado Democrático de Direito”, afirmou Barroso, desmantelando a alegação de que o afastamento de Moraes seria necessário para garantir imparcialidade.

Bolsonaro e seus aliados continuam a insistir nas acusações de perseguição política, algo que poderá, segundo eles, ser utilizado para questionar a legitimidade do processo caso o ex-presidente venha a ser condenado. Eles acreditam que essa narrativa ajudará a garantir um apoio popular em futuras disputas judiciais. Entretanto, o STF permanece firme, alegando que, em termos legais, não há motivos para qualquer suspeição ou impedimento de Moraes no caso, uma vez que as regras do Código de Processo Penal são claras.

Enquanto a defesa de Bolsonaro segue com sua estratégia de contestação, o STF reitera que os ministros devem se afastar de processos apenas em situações muito específicas de suspeição ou impedimento. No caso do ministro Moraes, não há nenhuma das condições previstas, como laços de inimizade ou envolvimento direto com as partes, que justifique seu afastamento do processo.

Com o desgaste da tese de perseguição política, resta saber até que ponto essa estratégia de Bolsonaro ainda será capaz de angariar apoio popular e político. O ex-presidente, no entanto, não demonstra sinais de recuar, ampliando o cerco contra o Supremo e tentando manter viva a narrativa de vitimização que poderá ser crucial em sua defesa futura.

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*Com informações Metrópoles

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