Sábado, 06 de Setembro de 2025
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Lula perde controle da economia: dólar dispara e Selic sobe em meio a incertezas fiscais

Medidas fiscais insuficientes e turbulência política abalam confiança do mercado e pressionam a moeda americana

18/12/2024 às 10h55 Atualizada em 21/12/2024 às 17h39
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A reta final do segundo ano de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é marcada por uma crise econômica que lança dúvidas sobre a condução fiscal e monetária do país. Nesta terça-feira (17), o dólar alcançou R$ 6,20, registrando sucessivas altas nas últimas semanas, mesmo com intervenções do Banco Central (BC).

A política fiscal do governo é apontada como um dos principais fatores de instabilidade. O pacote de contenção de gastos apresentado em novembro foi considerado insuficiente pelo mercado. Apesar de prometer economizar R$ 70 bilhões nos próximos dois anos e R$ 327 bilhões até 2030, a proposta enfrenta resistências no Congresso Nacional, onde a votação na Câmara segue nesta quarta-feira (18), e ainda precisa passar pelo Senado.

Medidas fiscais insuficientes e desconfiança

Em reunião na segunda-feira (16), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o presidente Lula pediu empenho para evitar o enfraquecimento do pacote fiscal. “O apelo que ele está fazendo é para que as medidas fiscais não sejam desidratadas. Estamos muito convencidos de que vamos continuar cumprindo as metas fiscais nos próximos anos”, disse Haddad.

Analistas, no entanto, apontam que o mercado continua desconfiado. Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, destaca que investidores aguardam definições sobre o pacote antes do recesso parlamentar, que começa na segunda-feira (23). “Sem sinais claros de ajustes robustos, o real deve continuar pressionado”, alerta.

Selic em alta e impactos no mercado

Outro agravante é a decisão do BC de elevar a taxa Selic de 11,25% para 12,25% ao ano, com previsão de novos aumentos que podem levar a taxa a 14,25% em março de 2025. Segundo o Comitê de Política Monetária (Copom), a elevação reflete as expectativas de alta na inflação e na taxa de câmbio.

“A desancoragem das expectativas de inflação é um fator de desconforto comum a todos os membros do Comitê e deve ser combatida”, declarou o BC em ata divulgada nesta terça-feira.

Cenário externo e riscos internos

No âmbito internacional, a força do dólar é impulsionada pelos juros elevados nos Estados Unidos, tornando ativos brasileiros menos atrativos. Internamente, o índice Ibovespa recuou para 124 mil pontos, refletindo a volatilidade do mercado. Felipe Vasconcellos, da Equus Capital, destaca que “a incerteza continua dominando o cenário doméstico, e o câmbio pode não ter mais um teto definido”.

Com um cenário de pressão cambial, juros altos e desconfiança fiscal, o governo Lula enfrenta desafios cada vez maiores para equilibrar a economia. A demora nas votações do pacote fiscal e a possibilidade de desidratação das medidas intensificam a percepção de fragilidade da gestão econômica.

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*Com informações Metrópoles

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