No pior momento de aprovação do governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu arriscar e iniciar sua maior reforma ministerial desde que ocupou o cargo. A mudança, que deve ser formalizada neste sábado (22) durante a festa de 45 anos do Partido dos Trabalhadores (PT), inclui a transferência de Gleisi Hoffmann para a Secretaria-Geral do governo. Para ocupar o cargo, Gleisi terá de renunciar à presidência do PT antes do final de seu mandato, em junho, e abrir caminho para o prefeito de Araraquara, Edinho Silva, assumir o cargo de forma temporária.
Essa troca, no entanto, é apenas uma das peças de um jogo maior. Além da entrega de Gleisi, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, poderá ser realocado para o Ministério da Saúde, enquanto o cargo que ele deixaria poderá ser ocupado por um nome fora do PT. Entre os possíveis candidatos estão o ministro Silvio Costa Filho, do Republicanos, e o deputado Antonio Brito, do PSD. Embora aliados do PT tentem manter a massa dentro do partido, nomes como os deputados José Guimarães ou Odair Cunha estão sendo cogitados.
As mudanças não param por aí: o Ministério da Casa Civil, atualmente sob o comando de Rui Costa, poderá ter novos ajustes, com a saída de Nisia Trindade e a possível entrada de Arthur Chioro, ex-ministro da Saúde. Além disso, espera-se reconfiguração em outras pastas-chave como Mulheres, Desenvolvimento Agrário, Ciência e Tecnologia, e Desenvolvimento Social e Justiça.
Porém, para que uma reforma ministerial se efetive, o presidente precisa garantir apoio no Congresso, com acordos em curso com os novos presidentes da Câmara e do Senado, Hugo Motta e Davi Alcolumbre, respectivamente. Lula ainda tenta viabilizar a entrada dos ex-presidentes do Legislativo, Rodrigo Pacheco e Arthur Lira, em seu ministério, mas as conversas ainda estão na fase inicial.
Essa transferência ministerial tem como pano de fundo o cenário de queda de popularidade e a tentativa de fortalecer a base de apoio do governo, o que torna essas mudanças ainda mais decisivas para a continuidade do mandato.
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*Com informações Veja