Sexta, 05 de Setembro de 2025
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Bolsonaro insiste na candidatura de 2026 e articula resistência diante de acusações de golpe

Estratégia envolve pressão de movimentos de rua, aliados internacionais e apelo à perseguição política, enquanto o STF avança nas investigações

20/02/2025 às 11h07
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue firme no discurso de sua candidatura para o Palácio do Planalto em 2026, mesmo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por crimes como tentativa de golpe de Estado e participação em organização criminosa. O ex-mandatário aposta na mobilização de movimentos de rua, no apoio de aliados internacionais e na narrativa de perseguição política para manter sua base e capital eleitoral, apesar das intensas investigações em curso.

Na última quarta-feira (19), a decisão do ministro Alexandre de Moraes de romper o sigilo dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, que participou da delação premiada com a Polícia Federal, expôs novos detalhes da trama golpista envolvendo Bolsonaro. O ex-presidente, ao lado de outros 33 envolvidos, é acusado de ações lideradas que atentaram contra o Estado democrático de direito, especialmente no contexto dos eventos de 8 de janeiro de 2023.

Apesar da gravidade das acusações e da iminência de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro se mantém firme na sua estratégia de se lançar como candidato em 2026. Para ele, a antecipação de uma substituição nas disputas eleitorais enfraqueceria sua posição política e comprometeria a chance de reverter eventualmente condenações, além de diminuir sua capacidade de articulação dentro da direita. Essa tática lembra o movimento de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2018, quando foi lançado o candidato mesmo estando preso.

Enquanto isso, o cenário jurídico para Bolsonaro continua se desenrolando rapidamente. A denúncia foi formalizada na terça-feira (18) e, se aceita, pode transformar Bolsonaro em réu ainda neste ano. A estratégia de defesa, porém, inclui a pressão de aliados no Congresso e manifestações públicas, além da tentativa de minimizar os danos ao associar os atos de 8 de janeiro aos protestos do Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST).

O ex-presidente também articulou, em reunião com parlamentares na casa do líder da oposição Coronel Zucco (PL-RS), um manifesto que alega uma “perseguição política” e defende a candidatura de Bolsonaro à presidência, com a narrativa de que ele é vítima de um “golpe” ao ser retirado da corrida eleitoral. O manifesto ainda pede apoio de organizações internacionais e enfatiza a necessidade de anistia, além dos protestos programados para março, com foco na “anistia” e no grito de “Fora, Lula”.

Com a investigação avançando, aliados de Bolsonaro se mostram preocupados, mas ao mesmo tempo confiantes de que a prisão, caso aconteça, não será imediata. Eles apostaram que o STF pode postergar o julgamento para evitar impactos negativos, principalmente se o desgaste de Lula aumentar e a aprovação do atual presidente continuar em queda. Em meio à pressão política e social, a principal dúvida que persiste é se Bolsonaro conseguirá contornar a ameaça de prisão e inelegibilidade, ou se, por outro lado, sua articulação política será suficiente para mantê-lo no jogo eleitoral.

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*Com informações Jornal de Brasília

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