Sábado, 22 de Fevereiro de 2025
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Aliados de Bolsonaro acusam Moraes de “tortura psicológica” e ameaças a Mauro Cid

Deputados e senadores apontam abuso de autoridade e cobram ação contra o ministro do STF

21/02/2025 às 12h27
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

A condução da audiência de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, comandada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou uma onda de acusações graves. Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmaram que Moraes utilizou métodos de intimidação que beiram a tortura psicológica. O vídeo do depoimento, tornado público na quinta-feira (20), trouxe à tona detalhes de ameaças feitas aos militares e sua família, desencadeando reações intensas no meio político.

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O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que Cid só alterou sua versão após ser específica diretamente pelo ministro, incluindo ameaças de prisão. "Isso não é justiça, é tortura. Ele foi privado do convívio com sua esposa e filhas, ameaçaram prender seus familiares. Nessa situação, qualquer um acaba confessando até o que não fez", criticou o parlamentar.

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder da oposição na Câmara, a condução do caso ultrapassou os limites legais. "Não se trata de delação premiada, mas de coação descarada. Ameaças à esposa, à filha e até ao pai do investigado não podem ser aceitas como parte de um processo justo", disse.

Outros nomes da oposição reforçaram as críticas, incluindo Nikolas Ferreira (PL-MG), que pediu uma resposta institucional do Senado. “O que Moraes fez foi intimidar e manipular depoimentos para atingir seus próprios objetivos. Isso é um atentado contra a democracia”, acusou o deputado.

Parlamentares como Marcel Van Hattem (Novo-RS) também não pouparam palavras. "O Brasil precisa acordar para esses abusos. Ameçar a família de um investigado é um método arcaico que não deveria existir em pleno século XXI", afirmou.

Deltan Dallagnol, ex-procurador da Lava Jato, aprovou para alfinetar ministros do STF, como Gilmar Mendes e Dias Toffoli, que em 2023 criticaram a operação Lava Jato por considerar práticas abusivas. “Será que esses mesmos ministros, que acusaram psicológicamente a Lava Jato de tortura, vão criticar Moraes agora?”, questionou Dallagnol em suas redes sociais.

A pressão aumenta sobre o Senado, que já enfrentou cobranças da base bolsonarista para tomar medidas contra o ministro. A polêmica reforça a divisão política e reacende o debate sobre os limites de atuação do STF em investigações de alta relevância.

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*Com informações Revista Oeste

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