Em sua primeira grande crise como presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB) precisou impor sua autoridade para conter uma sessão caótica no plenário. O episódio ocorreu na última quarta-feira (19), quando um bate-boca entre governistas e oposição interrompeu o discurso do líder do PT, Lindberg Farias (PT-RJ), e levou à suspensão da sessão.
Com o plenário em desordem, a deputada Delegada Katarina (PSD-SE), que presidia a sessão no momento, não conseguiu conduzir os trabalhos. Hugo Motta, ao reassumir a presidência, repreendeu duramente os parlamentares. “Se acham que sou um presidente frouxo, vocês não me conhecem. Não tolerarei ataques pessoais ou atitudes para aparecer”, declarou, deixando claro que não haverá complacência para quem tumultuar o ambiente.
Os embates no plenário têm sido constantes neste início de ano legislativo, com disputas acirradas envolvendo o aumento no preço dos alimentos, a denúncia contra Jair Bolsonaro pela PGR, e os pedidos de anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Durante as discussões, deputados usaram cartazes e bonés como forma de protesto, desafiando as normas regimentais.
Em resposta, Motta anunciou medidas rigorosas, incluindo a exigência de trajes formais para acesso ao plenário e a aplicação de punições disciplinares severas, como a suspensão de congressistas por até seis meses. “Deputados que desrespeitarem as regras do regimento não permanecerão no plenário”, afirmou.
A crise expôs as dificuldades de conciliar uma Casa dividida, mas Hugo Motta parece determinado a reforçar o decoro parlamentar, mesmo que isso signifique adotar medidas impopulares.
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*Com informações Metrópoles
