A demora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para anunciar a reforma ministerial está gerando frustração e insatisfação na Esplanada dos Ministérios. O presidente, que tem feito mudanças de forma gradual, foi alvo de críticas tanto de sua base aliada quanto da oposição, que veem nas escolhas a conta-gotas um desgaste para os ministros e para a imagem do governo.
Assessores de Lula apontam que o anúncio de uma reforma ministerial ampla, feito de uma vez, teria evitado o prolongamento das especulações e a exposição negativa de ministros como Paulo Pimenta e Nísia Trindade. No caso da Secretaria de Comunicação Social (Secom), a troca de Pimenta por Sidônio Palmeira foi realizada de forma isolada, deixando a impressão de que o ex-ministro era o principal culpado pelos problemas de comunicação do governo.
As recentes trocas de Nísia Trindade, do Ministério da Saúde, e Márcio Macedo, da Secretaria-Geral da Presidência, também geraram mal-estar, já que o próprio presidente deixou vazar a informação de que ambos seriam substituídos, sem qualquer anúncio oficial. Essa exposição pública de ministros à “vidraça política” acabou por enfraquecê-los diante da opinião pública, aumentando o desgaste tanto na base governista quanto na oposição.
A estratégia de Lula, de consultar aliados antes de fazer os anúncios, também não tem agradado aos ministros e assessores, que estão sendo mantidos em um suspense prolongado sobre seus destinos. Além disso, a postura de divulgar quem ficará nos cargos, como no caso dos ministros José Múcio (Defesa) e Carlos Fávaro (Agricultura), só tem alimentado a tensão e a incerteza nos bastidores do governo.
Enquanto a reforma ministerial se arrasta, os ministros e assessores do governo reclamam da falta de liderança e da pressão crescente sobre suas pastas, em um cenário de iniciativas paralisadas e um governo que parece estar à deriva.
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*Com informações CNN