O senador Nelsinho Trad (PSD) de Mato Grosso do Sul manifestou preocupações sobre as recentes mudanças da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e apresentou um requerimento à Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado para uma audiência pública. A proposta, que inclui a criação de um ambiente regulatório experimental para testar planos de saúde com cobertura restrita a consultas eletivas e exames sem internacionalização, gerou críticas do parlamentar.
Segundo Trad, o objetivo da audiência é garantir a transparência nas discussões sobre os impactos dessa medida na saúde da população, especialmente a Classe C, que enfrenta desafios com o Sistema Único de Saúde (SUS). “A intenção da audiência pública é específica e dá oportunidade para que as partes se manifestem e para podermos dar transparência a esses temas sensíveis”, afirmou o senador. Ele revelou ainda que a proposta não tem consenso dentro da própria ANS, com membros da agência e outros profissionais expressando indignação sobre a mudança.
De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Instituto Locomotiva em fevereiro de 2025, 72% dos brasileiros da Classe C já pagaram por consultas ou exames médicos devido à demora no atendimento do SUS. A pesquisa também mostrou que 92% dos brasileiros apoiam um modelo de plano de saúde mais simples, como o proposto pela ANS, desde que o custo seja acessível, com o preço estimado de R$ 100 por pessoa.
Contudo, Nelsinho Trad questionou a eficácia desta proposta e algumas possíveis consequências negativas para o SUS, especialmente na fila de consultas. "O médico pede o exame, mas você não tem condição de pagar. Vai parar onde? Vai ter que recorrer ao SUS de novo. E, com aquele pedido, não consegue fazer o exame direto. Terá que passar por outra consulta no SUS para que o médico transcreva o pedido feito pelo profissional do plano mais simples", explicou.
Além disso, a audiência pública irá discutir também outros temas sensíveis aos planos de saúde, como o cancelamento sem consentimento dos pacientes e a proposta da ANS de aumentar a idade mínima para a obrigatoriedade do exame de mamografia. O debate promete ser um passo importante para avaliar as mudanças e garantir que elas atendam de fato às necessidades da população.
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*Com informações Poder 360