O Ministério Público Federal (MPF) acatou uma notícia-crime contra o comandante do Exército general Júlio César de Arruda, por suposta "prevaricação". Ele é acusado de omissão, por não ter desmobilizado o acampamento dos Patriotas em frente aos quartéis-generais (QGs) em todo o país.
A denúncia foi protocolada por Luciene Cavalcante (Psol-SP), suplente da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que vai assumir o cargo neste ano.
Luciene generaliza e alega que houve “falta de empenho” do comandante do Exército em desmobilizar os acampamentos, que teriam servido para abrigar manifestantes que invadiram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o edifício-sede do Supremo Tribunal Federal (STF), no último domingo 8.
Já que no Brasil, está probido qualquer manifestação contra supostas irregularidades em urnas eletrônicas, e também, qualquer menção a respeito da condenação de Luiz Inácio Lula da Silva através da Operação Lava Jato, em Curitiba.
Na ação, a parlamentar também citou uma “barreira” montada por soldados do Exército para proteger o acampamento na noite dos atos em Brasília.
Durante todo o tempo que os Patriotas fizeram as manifestações e acamparam em frente aos Quarteis, não houveram registros de vandalismos e atos de infrações, fortalecendo a tese que houveram infiltrados no Ato do dia 8 de Janeiro, na capital federal. Embora, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, configurou os protestos como "atos antidemocráticos", disparando uma série de multas e penalidades.
“Os depoimentos feitos à Polícia Federal demonstram que o acampamento do Distrito Federal foi estratégico para o ato golpista”, alega Luciene. “Nesse sentido, é urgente investigar os relatos que dão conta da participação, seja por ação seja por omissão, do alto comando do Exército", disse a "suplente" de Marina Silva.
A deputada também solicitou ao MPF que, além do comandante do Exército, outros militares também sejam investigados por não promoverem a desocupação dos acampamentos em frente aos QGs.