A guerra comercial mundial foi intensificada neste Carnaval com novas medidas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou tarifas de importação que podem atingir fortemente o Brasil. Além de ampliar a lista de produtos que sofrerão sobretaxa, o republicano agora mira a indústria de madeira, aço e até o etanol brasileiro, em uma tentativa de proteger os interesses da economia americana.
Em um movimento surpreendente, Trump assinou uma ordem executiva em 1º de março, determinando a investigação sobre produtos de madeira, como madeira serrada e seus derivados. A alegação para essa medida? Segurança nacional. A Casa Branca declarou que a indústria de madeira é vital para a força econômica e a segurança dos EUA, um argumento que soa como mais uma jogada protecionista. A investigação, que pode resultar em tarifas elevadas, deve ser concluída em até 270 dias.
Simultaneamente, Trump anunciou a aplicação de tarifas sobre produtos agrícolas, com início marcado para 2 de abril. Em sua rede social, o presidente americano incentivou os agricultores a focarem no mercado interno, antecipando uma possível escassez de produtos importados.
A pressão sobre o Brasil, maior fornecedor de aço para os EUA, não é novidade. Em fevereiro, Trump já havia imposto tarifas sobre aço e alumínio, prejudicando indústrias globais, incluindo as brasileiras. O governo dos EUA justificou tais medidas com a alegação de que a superprodução e as práticas comerciais desleais estariam prejudicando as empresas locais. A imposição de tarifas de 25% sobre aço e alumínio, que entrará em vigor em 12 de março, pode afetar diretamente a balança comercial brasileira, já que 18% das exportações de ferro fundido, ferro ou aço do Brasil têm como destino os Estados Unidos.
Além disso, Trump voltou à carga sobre o etanol brasileiro, acusando o Brasil de praticar tarifas de 18% sobre o etanol dos EUA, enquanto a tarifa americana é de apenas 2,5%. A disparidade nas tarifas, de acordo com o republicano, resulta em um comércio desequilibrado, em que os EUA exportam menos etanol para o Brasil do que o contrário.
Com isso, Trump mantém sua política de "America First" e intensifica a pressão sobre os parceiros comerciais, criando um cenário de instabilidade para a economia global. A medida, que busca garantir vantagens para a indústria americana, também afeta diretamente o Brasil, um dos principais fornecedores desses produtos. A guerra comercial de Trump não só ameaça os mercados internacionais, mas também coloca em xeque a competitividade das indústrias brasileiras em um mercado cada vez mais restrito.
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*Com informações Metrópoles