Líderes do Centrão começam a perder a paciência com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apontando que o presidente perdeu a oportunidade de avançar com a reforma ministerial e consolidar apoio para sua reeleição em 2026. As lideranças do grupo político afirmam que o tempo se esgotou e, sem uma reorganização substancial na Esplanada, o governo encontra-se em um impasse estratégico.
A reforma ministerial, anunciada em janeiro pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, não ocorreu dentro do prazo prometido e se resume a mudanças pontuais. Lula apenas alterou cargos internos do próprio PT, como a substituição de Paulo Pimenta por Sidônio Palmeira na Secretaria de Comunicação Social (Secom) e a troca de Alexandre Padilha de Relações Institucionais para o Ministério da Saúde. O Centrão, por sua vez, resiste a reconhecer essas movimentações como uma verdadeira reforma.
A grande queixa do grupo político é que a oferta de ministérios tornou-se pouco atraente, pois os deputados não desejam assumir cargos que não garantirão mais do que um ano no poder. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determina que ministros que desejam se candidatar nas eleições de 2026 precisem deixar seus cargos entre março e abril de 2025, um prazo que torna as pastas ministeriais quase irrelevantes para quem almeja uma reeleição. A troca ministerial, portanto, não pode ser vista como moeda de troca para compromissos com a reeleição de Lula.
O foco do Centrão, neste momento, se volta para a liderança do governo na Câmara dos Deputados, um posto atualmente ocupado por José Guimarães (PT-CE). Líderes do Centrão já sugeriram o nome de Isnaldo Bulhões (MDB-AL) para ocupar a posição, mas a efetivação dessa mudança depende das eleições internas do PT, que devem ocorrer nesta sexta-feira (7).
Enquanto a reforma ministerial não avança, o Congresso segue em ritmo lento, com parlamentares desinteressados em tocar votações importantes como o Orçamento deste ano. A falta de clareza sobre a distribuição das pastas e a liderança do governo deixam os deputados sem rumo e frustrados com as promessas não cumpridas por Lula. O futuro do governo, portanto, parece estar atrelado à definição dos próximos passos nas articulações políticas com o Congresso.
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*Com informações Metrópoles