Sexta, 05 de Setembro de 2025
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Crise interna no PSOL escancara racha entre defensores e críticos do governo Lula

Disputa por espaço no partido entre Guilherme Boulos e Glauber Braga coloca em xeque unidade e identidade do PSOL

06/03/2025 às 12h15
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O PSOL vive uma crise interna de grandes proporções, com tensões entre duas correntes que têm se acirrado nas últimas semanas, expondo um racha entre os filiados que defendem o governo de Luiz Inácio Lula da Silva e aqueles que se posicionam como críticos da gestão petista. A luta pelo controle do partido colocou em lados opostos os deputados Guilherme Boulos (SP), líder da ala majoritária, e Glauber Braga (RJ), que representa a corrente minoritária, gerando uma série de acusações nos bastidores.

A ala de Boulos, composta por deputados como Tarcísio Motta (RJ), Talíria Petrone (RJ), Erika Hilton (SP) e outros, está alinhada com a administração de Lula, defendendo a continuidade do apoio à gestão petista. Já a corrente de Braga, formada por figuras como Luiza Erundina (SP), Sâmia Bomfim (SP), Chico Alencar (RJ) e Fernanda Melchionna (RS), se opõe a esse alinhamento, criticando a postura de adesão irrestrita ao governo e pregando a independência do PSOL.

A disputa, que se intensifica com trocas de acusações, revela as divergências sobre o papel do partido frente ao governo. A ala majoritária acusa os críticos de adotar uma abordagem excessivamente teórica e desconectada da realidade política, comparando-os a um "DCE", mais preocupado em discutir teses ideológicas do que em enfrentar adversários políticos reais.

Por outro lado, a ala minoritária vê a liderança de Boulos como uma tentativa de centralizar o poder dentro do partido e acusa a maioria de comprometer os princípios históricos do PSOL ao se alinhar com políticas liberais e pragmáticas do governo Lula. Glauber Braga, um dos maiores críticos dessa aproximação, afirma que o partido está se distanciando de suas bandeiras tradicionais ao se submeter ao que ele chama de "abraço da esquerda com a direita liberal".

Esse racha interno no PSOL vai além das divergências políticas e ideológicas, colocando em xeque a identidade e a unidade do partido. A crise expõe a dificuldade do PSOL em se encontrar como uma oposição forte e autêntica ao governo, refletindo tensões profundas que podem impactar não apenas a dinâmica interna, mas também sua atuação nas eleições e no cenário político nacional.

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*Com informações UOL

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