A disputa pelo futuro do projeto de lei que visa conceder anistia aos condenados e processados pelos ataques criminosos de 8 de janeiro de 2023 acirra ainda mais a polarização política no Brasil. Em um embate acirrado entre governo e oposição, as ruas se tornaram o principal palco para angariar apoio popular, com protestos agendados para os próximos dias, enquanto o projeto segue tramitando no Congresso.
Após a manifestação de ontem (16), no Rio de Janeiro, onde a oposição já anunciou um novo protesto em 6 de abril, na Avenida Paulista, em São Paulo, os governistas contra-atacaram, marcando também um evento de mobilização no dia 30 de março, no mesmo local.
"Sem anistia. Bolsonaro na cadeia. A hora é essa. Nós vamos para as ruas", escreveu o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) em suas redes sociais, convocando seus apoiadores a se unirem contra a anistia. A resposta foi rápida e contundente por parte do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que desafiou a esquerda: "Vamos ver quantas pessoas a esquerda vai colocar nas ruas. Vamos ver quem tem o povo de verdade", provocou.
Embora a Polícia Militar do Rio de Janeiro tenha divulgado um número de 400 mil participantes no protesto pró-anistia, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, comemorou o ato como "um sucesso". No entanto, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) contabilizaram apenas 18 mil manifestantes, um número consideravelmente abaixo da expectativa de 1 milhão de pessoas divulgada pelos organizadores.
Com a pressão das ruas intensificando, a questão está no Congresso, onde o projeto de lei já passou pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, mas ainda não tem data para ser votado no plenário. O projeto também tramita no Senado e, caso seja aprovado, poderá enfrentar resistência judicial. Oposição ao projeto já anunciou que recorrerá ao Supremo Tribunal Federal (STF) caso a anistia seja aprovada, o que promete prolongar o clima de tensão política.
Enquanto a mobilização popular aumenta, o desfecho dessa batalha legislativa se define nas instâncias de poder, onde governistas e opositores se preparam para mais confrontos tanto nas ruas quanto nas instituições. A decisão final sobre a anistia, ainda em aberto, poderá mudar o rumo da política brasileira e aprofundar a divisão entre as forças políticas do país.
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*Com informações CNN