Sexta, 05 de Setembro de 2025
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STF torna Bolsonaro réu e direita enfrenta divisões para 2026

Ex-presidente é acusado de tentativa de golpe; cenário político se fragmenta com disputas internas na direita

27/03/2025 às 08h46
Por: Tatiana Lemes
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Foto: Reprodução
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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aceitou a denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados por crimes que incluem tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada. A decisão, que intensifica a pressão sobre a base bolsonarista, ocorre em um momento delicado para a direita brasileira, que enfrenta dificuldades em encontrar um nome unificador para disputar a presidência em 2026.

Bolsonaro, já considerado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agora responderá como réu em um processo que pode abalar ainda mais suas pretensões políticas. Apesar disso, aliados do ex-presidente continuam defendendo sua candidatura, apostando em uma possível reversão de sua inelegibilidade.

Críticas e esperanças na base bolsonarista

A decisão do STF foi duramente criticada por parlamentares alinhados a Bolsonaro. O senador Marcos Rogério (PL-RO) classificou o julgamento como um "jogo de cartas marcadas" e destacou o poder de transferência de votos do ex-presidente caso seja condenado. "O que você vê é uma situação de absoluta injustiça", afirmou.

Já Ciro Nogueira (PP-PI), ex-ministro de Bolsonaro, foi além, sugerindo que o futuro inocentará o ex-presidente. "A história irá reconhecer sua importância para a democracia e sua condição de vítima", declarou.

Por outro lado, lideranças de centro e esquerda acreditam que a situação de Bolsonaro se torna cada vez mais insustentável. O deputado Rubens Pereira Júnior (PT-MA) avaliou que o cenário para o ex-presidente "já era difícil e agora ficou pior", enquanto o senador Marcelo Castro (MDB-PI) considerou a decisão do STF como "mais do que correta" para proteger a democracia.

Divisões no campo da direita

No campo político, a direita brasileira enfrenta um desafio: encontrar um nome que consiga unificar o eleitorado conservador em 2026. Bolsonaro ainda é considerado a principal liderança, mas enfrenta resistência interna. Nos bastidores, o ex-presidente teria colocado o nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) como possível candidato.

Outros nomes também surgem como alternativas, como Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que atualmente nega interesse em disputar a presidência e afirma focar na reeleição estadual. Governadores como Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União), de Goiás, também se posicionam como opções, mas encontram dificuldades para conquistar projeção nacional.

Um futuro incerto

Para analistas políticos, o campo da direita está fragmentado e sem liderança clara. "A grande questão é quem será capaz de ocupar o espaço deixado por Bolsonaro e unificar a direita. Até agora, não há um nome com essa capacidade", afirmou Marco Antônio Teixeira, da FGV.

Enquanto a direita busca soluções, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mantém aberta a possibilidade de reeleição, mas condiciona sua candidatura ao estado de saúde. O cenário para 2026, portanto, permanece incerto, com uma direita enfraquecida e uma esquerda que ainda consolida seu terreno.

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*Com informações Metrópoles

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