A ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, não poupou críticas à ameaça do Partido Liberal (PL) de obstruir a pauta de votações na Câmara dos Deputados, caso o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) seja mantido como réu na trama golpista. Para Hoffmann, o ato de travar as votações é uma clara tentativa de colocar os interesses do ex-presidente acima dos interesses nacionais, prejudicando as pautas que realmente importam para o povo brasileiro.
"Com tantas pautas importantes para o povo e para o Brasil, obstruir é colocar os interesses de Bolsonaro à frente dos interesses do Brasil", declarou a ministra, ressaltando que questões essenciais, como a reforma da tabela do Imposto de Renda (IR) e o fim da escala 6 por 1, não podem ser sacrificadas por uma agenda que visa atender exclusivamente a interesses pessoais.
O governo federal tem trabalhado arduamente para evitar que o PL, partido de Bolsonaro, paralise o andamento das reformas e das políticas públicas essenciais. Em meio a essa pressão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem buscado apoio junto aos presidentes da Câmara, Huggo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), enquanto realiza sua viagem oficial ao Japão.
No intuito de garantir o avanço de suas pautas, Lula planeja realizar um "happy hour" com líderes partidários assim que retornar da Ásia. O objetivo é reforçar os compromissos governistas e tentar evitar que o PL continue a sua postura obstrucionista, uma vez que questões fiscais, como a reforma da tabela do IR, são prioritárias para a gestão petista.
A obstrução do PL está diretamente relacionada ao impasse envolvendo o projeto de anistia aos envolvidos nos atos do 8 de janeiro de 2023. A proposta, que busca perdoar os responsáveis pela invasão e depredação dos prédios dos Três Poderes, está sendo utilizada como moeda de troca pelo partido, que ameaça paralisar as votações até que o tema seja debatido.
O presidente da Câmara, Huggo Motta, já sinalizou que a proposta de anistia será discutida em uma comissão especial antes de seguir para votação, conforme acordos firmados entre o PL e o PT. No entanto, o governo se vê agora diante de uma clara tentativa do PL de usar a pauta da anistia para forçar uma agenda própria, colocando em risco o progresso das reformas e a estabilidade política.
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*Com informações Metrópoles