O Partido Liberal (PL) decidiu mudar sua estratégia para tentar aprovar a anistia aos condenados pelos atos de 8 de Janeiro. Segundo o líder da legenda na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), a sigla passou a recolher assinaturas individuais dos deputados para viabilizar o requerimento de urgência da proposta, após líderes partidários serem orientados a não assiná-lo.
A mudança ocorreu após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitar que os líderes das siglas não endossassem o pedido neste momento. Sóstenes, no entanto, minimizou a decisão e reforçou que Motta segue como aliado da legenda. “O presidente Hugo Motta é, continua sendo e será sempre aliado do PL em todas as nossas bandeiras, inclusive na anistia. Entretanto, a gente tem que entender as situações e a pressão que a cadeira de um presidente sofre”, declarou o parlamentar.
Diante da negativa dos líderes, o PL decidiu adotar uma abordagem alternativa para garantir o avanço da proposta. O partido já conseguiu reunir 163 assinaturas e segue articulando para atingir o número necessário. Caso seja aprovado, o requerimento de urgência permitirá que o projeto seja analisado diretamente no plenário, sem precisar passar pelas comissões.
Além da coleta de assinaturas, o PL iniciou uma estratégia de obstrução das pautas na Câmara para pressionar Motta a colocar o requerimento em votação. No entanto, Sóstenes admite que a sigla precisa agir com cautela para não perder apoio de outros parlamentares. “Tem matérias que não dá para parar. Por exemplo, vai ter as comissões de orçamento. Lógico que se a gente obstruir lá, nós estamos complicando a vida de toda a Casa e nós estamos precisando dos votos das pessoas para a anistia. Muitos parlamentares estão esperando as emendas serem pagas. A gente tem que usar de estratégia nessa obstrução para não perder votos da anistia”, explicou.
A articulação do PL ocorre em meio a um cenário de resistência dentro da própria Câmara, onde a proposta de anistia ainda enfrenta forte oposição. Mesmo assim, a legenda segue mobilizando sua base e aliados para garantir que o tema entre na pauta do Congresso o mais rápido possível.
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*Com informações Metrópoles
