O presidente da Câmara Municipal de Campo Grande, vereador Epaminondas Neto, o Papy, assumiu publicamente o protagonismo na CPI do Transporte Guaicurus, deixando claro que a investigação não será apenas simbólica, mas uma resposta concreta ao sofrimento da população que enfrenta diariamente a precariedade do transporte coletivo.
“Campo Grande sofre há anos com um transporte coletivo de baixa qualidade. Essa CPI não será uma caça às bruxas, mas também não será omissa. Vamos cumprir nossa prerrogativa e dar uma satisfação à população com responsabilidade, seriedade e resultado prático”, declarou Papy.
A comissão parlamentar terá 120 dias para apurar três eixos principais:
A idade e o estado de conservação da frota utilizada nos últimos cinco anos pela concessionária;
O equilíbrio financeiro do contrato, após os subsídios públicos concedidos pela prefeitura por meio das Leis Complementares 519/2024 e 537/2024;
A fiscalização realizada pela Prefeitura, através da Agereg e da Agetran, principalmente após a assinatura do Termo de Ajustamento de Gestão com o TCE-MS em 2020.
Papy enfatizou que a CPI será conduzida com debate em alto nível, buscando revelar ao cidadão como o sistema realmente funciona e exigindo das autoridades e da empresa responsabilidade com o dinheiro público e respeito com os usuários.
“A Câmara é a sede dos debates importantes. Vamos mostrar que o parlamentar municipal tem voz, que cumpre seu papel e que está ao lado da população. O transporte coletivo não pode continuar como está, e a cidade merece uma resposta à altura”, reforçou.
A posição de Papy tem eco entre outros parlamentares. O vereador Otávio Trad (PSD), por exemplo, afirmou que “a Câmara não pode mais ficar calada diante do colapso do transporte coletivo” e que a CPI “é uma ferramenta legítima para responsabilizar quem falhou”.
Já a vereadora Camila Jara (PT) destacou que “a população precisa saber onde foi parar cada centavo dos subsídios repassados à concessionária”, reforçando a necessidade de transparência total no processo.
A instalação da CPI do Transporte é vista como um divisor de águas na relação entre o Legislativo e os interesses da concessionária. A condução equilibrada, mas firme, liderada por Papy, pode expor contradições antigas, falta de fiscalização e até possível omissão do Executivo.
Ao não se furtar do embate político, o presidente da Casa sinaliza que a Câmara quer resgatar seu papel fiscalizador, historicamente enfraquecido diante de contratos milionários com baixa entrega.
Se a CPI for até o fim com seriedade, como promete Papy, a Prefeitura e a concessionária Guaicurus terão que, finalmente, prestar contas à população que anda espremida em ônibus sucateados e paga caro por um serviço que não entrega dignidade.
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